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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A acirrada briga



Um criador, a dois jovens cachorros, foi comprar e trazer mimos. Um passatempo, no ínterim das horas, na proporção de estarem presos (nas correntes).
Estes, com a necessidade de mastigar e roer, ganharam uma porção de ossos. Os animais poderiam afiar os dentes e treinar os beiços. Os irmãos, como exercício canino, poderiam distrair e ocupar-se no pátio. O morador imaginava fazer um bem ímpar!
A realidade, na convivência dos fatos, revelou-se bem outra! Os instintos apurados, dos outrora domesticados lobos, trouxe ferrenhas e mortais brigas. Cada qual, numa fome e ganância anômala, queria escolher as melhores partes. Em outras palavras: resguardar todos os mimos para si. As desavenças maiores recaiam sobre as carnes e espelancas!
O tratador ficou assombrado e entristecido. A situação descreveu um fato inusitado: a consciência de ter adotado escamoteadas feras! Uns aparentes guardas/seguranças tornaram-se causa de aborrecimentos e preocupações.
O idêntico aplica-se em inúmeras famílias. Os pais, como garantia e sobra aos infortúnios, desdobram-se nos louros anos de vida para  criar e resguardar patrimônios. Os genitores, com os anos, envelhecem e perecem. Os rebentos, na proporção dos inventários, apropriam-se e degladiam-se pelos bens.
Estes, a semelhança de escamoteadas feras, estabelecem brigas e intrigas homéricas. Cada filho, com os seus, almeja a maior e melhor fatia dos espólios. Uns, tendo a idêntica mãe e pai, desconfiam e estranham-se pelo resto dos seus dias. Inúmeros cidadãos, por apropriação indevida e ofensas pessoais, deixam de conversar e conviver pelos anos!
Os cuidados mostram-se redobrados com quem convive com feras! Os instintos, nos gananciosos, sobrepõem-se ao bom senso e a inteligência. Queres conhecer os teus? Trate de emprestar e manejar dinheiro! A sabedoria popular versa: “ - Cachorro esfomeado come até osso e sabão!”
                                                                                       
Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://www.oiwo.com

O vento e o sol


O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente, viram um viajante que vinha caminhando.
- Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco, será o mais forte. Você começa - propôs o sol - retirando-se para trás de uma nuvem.
O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se.
O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor e despiu o paletó." 

Moral da história:
“O amor constrói, a violência arruína.

                Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                          Crédito da imagem: http://marlyburity.blogspot.com.br