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sábado, 2 de março de 2013

Os Colonizadores da Colônia Teutônia - III parte


Heinrich Graf comprou o lote n° 15 (lado direito) da Schmidt com 120.000 b2 por 960$000 réis em 15/11/1869  e pagou com juros a dívida em 01/07/1873 - adquiriu também as colônias 15 a com 66.000 b2 por 480$000 e 15 b da Schmidt com 60.000 b2 por 480$000 em 10.06.1874 e continuou pagando a dívida com juros posteriores. Hermann Wiedheuper comprou a colônia n° 4 (lado esquerdo) da Schmidt com 80.000 b2 por 640$000 réis em 15.11.1869 e continou pagando com juros em 30.06.1874. Heinrich Schröer adquiriu a colônia n° 7 (lado esquerdo) da Schmidt  com 80.000 b2 por 640$000 réis em 15.11.1869 e continuou pagando com juros em 01.07.1875. Wilhelm Kniebe comprou a colônia n° 6 (lado esquerdo) da Schmidt com 80.000 b2 por 640$000 réis em 15.11.1869 e concluiu o pagamento com juros em 31.05.1874. Wilhelm Herrmann adquiriu os lotes coloniais n° 13 e 14 (lado direito) da Schmidt com 180.000 b2 por 144$000 réis em 15.11.1869 e concluiu o pagamento com juros de 8% em 30.06.1874. Ernst Fiegenbaum comprou os prazos n° 12 e 13 com 180.000 b2 por 144$000 em 15.11.1869 e continuou pagando com juros a dívida em 01.07.1875. Gustav Britzki adquiriu o lote n° 7 (lado direito) da Schmidt com 120.000 b2 por 960$000 réis em 19.11.1869 e continuou pagando com juros em 10/08/1874. August Wessel adquiriu a meia colônia n° 14 da Boa Vista com 50.000 b2 por 450$000 réis em 22/11/1869 e fez a aquisição à vista. Wilhelm Brönstrup I (Júnior) comprou a meia colônia n° 14 da Boa Vista com 50.000 b2 por 450$000 réis em 22.11.1869 e continuou pagando a dívida com juros em 30.06.1874. Wilhelm Hachmann comprou os prazos n° 12 e 13 da Boa Vista com 200.000 b2 por 180$000 réis em 22/11/1869 e continuou pagando com juros em 11/08/1873. Johann Heinrich Behne comprou as colônias n° 5 e 6 (lado direito)  e n°9 (lado esquerdo) da Schmidt com 260.000 b2 por  208$000 réis em 26/11/1869 e continuou pagando com juros em 30/06/1874. Hermann Heinrich Rahmeier comprou as colônias n° 16 e 17 (lado esquerdo) da Schmidt com 215.800 b2 por 172$000 réis em 26/11/1869 e continuou pagando com juros em 01/07/1874. Wilhelm Vocke comprou os prazos n° 10 e 11 (lado esquerdo) da Schmidt com 211.700 b2 por 168$000 réis em 28/11/1869 e continuou pagando com juros a dívida em 05/01/1875. Theodor Hauenstein comprou a colônia nº 20 (lado direito) da Franck com 60.000 b2 por 480$000 réis em 12/11/1869 e pagou a dívida com juros em 01.07.1874. Heinrich Kerger adquiriu o prazo colonial n° 3 da Picada Herrmann (atual Germana) com 100.000 b2 por 1000$000 réis e concluiu o pagamento com juros em 24/10/1874. Christ Schneider comprou as colônias n° 6 e 7 da Franck com 100.000 b2 por 800$000 réis em 12/11/1869 e concluiu o pagamento em 24.01,1871. Carl Fries adquiriu os lotes n° 17 e 18 (lado esquerdo) da Picada Herrmann com 199.000 b2 por 1899$200 réis e concluiu o pagamento com juros em 01.04.1872. Wilhelm Ahlert comprou as colônias nº 4 (lado esquerdo) e n° 22 (lado direito) da Schmidt com 180.000 b2 por 144$000 réis em 17/07/1870 – a companhia colonizadora custeou sua passagem de Rio Grande a Colônia Teutônia no valor de 13$270 réis e continuou pagando a dívida com juros em 01/07/1875. Philipp Faller adquiriu as colônias n° 22 e 23 (lado esquerdo) da Picada Hermann com 154.000 b2 por 1540$000 réis em 01/08/1870 e concluiu o pagamento com juros em 13/05/1872. Georg Schmidt comprou a colônia n° 13 (lado direito) da Picada Hermann com 75.000 b2 por 750$000 réis em 01/01;1870 e pagou despesa com juros em 01/07/1874. Wilhelm Schonhorst adquiriu as colônias n° 16 e 17 da Boa Vista com 120.000 b2 por 1200$000 réis em 28/08/1870 e continuou pagando a dívida com juros em 01/07/1875 – comprou os lotes destinados originalmente a Wilhelm Endres. Heinrich Messer comprou o prazo n° 15 (lado direito com 67.000 b2) e n° 25 (lado esquerdo  com 76.000 b2) da Picada Herrmann com total de 143.000 b2 por  1430$000 réis em  20/08/1870 e continuou pagando a despesa com juros em 01/07/1874. Adam Zimmermann comprou o lote colonial n° 21 (lado direito) da Schmidt com 79.000 b2 por 639$200 réis e concluiu em 20/09/1870  o pagamento da despesa com juros em 05/12/1872. Cidoria Carra comprou o lote n° 23 (lado esquerdo) da Schmidt com 50.300 b2 por 402$000 réis em 22/09/1870. Herrmann Hünemeier adquiriu a colônia n° 24 (lado direito) da Schmidt com 48.800 b2 por 390$400 réis em 22/09/1870 e pagou com juros a dívida em 01/07/1873. Heinrich Haggemann comprou o lote n° 25 (lado direito) da Schmidt com 43.750 b2 em 22/09/1870 por 350$000 réis e continuou pagando a dívida com juros em 01/07/1873. Friedrich Elicker comprou a colônia n° 26 (lado direito) da Schmidt com 38.450 b2 por 307$600 réis em 22/09/1870 – Carl Dickel parece que adquiriu estas terras em 22/09/1871. Carl Dickel comprou o prazo n° 26 (lado direito) da Schmidt com 38.450 b2 por 307$600 réis em 22/09/1871 e a colônia n° 19 (lado esquerdo) da Schmidt com 161.550 b2 em 23/09/1871 e pagou um total de juros de 1292$400 réis em 23/07/1873. Ernst Windmöller adquiriu a colônia n° 9 (lado direito) da Picada Herrmann com 70.000 b2 por 700$000  réis em 15/09/1870 e encerrou o negócio com juros em 14/06/1873. Georg Wallauer comprou as colônias n° 27, 29 e 30 (lado esquerdo) da Picada Herrmann com 304.000 b2 por 3040$000 réis em 07/09/1870 e concluiu o pagamento sem juros em 22/03/1871. Julius Baumgarten adquiriu a meia colônia n° 15 da Boa Vista com 50.000 b2 por 500$000 réis em 08/10/1870. Jacob Brust comprou os prazos n° 15 (com 80.000 b2) e 16 (com 70.000 b2) por 1240$000 réis em 01/11/1869 e concluiu o pagamento com juros em 09/01/1870 – comercializou o lote n° 16 b  a August Brust em 23/02/1873 – não aparece registrado a localização, que foi provavelmente na Picada Herrmann...

Autor: Guido Lang. O Informativo de Teutônia n° 111, dia 04/09/1991, pág. 02.



O barulho humano


Os brejos e matos, nas baixadas dos arroios e encostas dos morros, tomaram conta de inúmeros cenários coloniais. Algumas esparsas casas, numa aparência de perdidas como moradias, continuam como marcas da presença humana. Algum morador, como isolado agricultor ou chacareiro, continua a desafiar as distância da estrada geral. Estes, de alguma forma, parecem almejar silêncio e convivência com a mãe natureza. Alguma singela criação, como animais domésticos, soma-se como companhia e produção.
Esta realidade, numa aparência ímpar, criou um novo problema econômico. A ousadia da fauna silvestre tornou-se deveras acentuada. As eraras e graxains, a título de exemplo, avançam numa acirrada ferocidade sobre as criações e instalações. Os coloniais,  em plena luz do dia, enxergam suas andanças e companhias. O bicharedo, sem dó e piedade, caça as indefesas aves (como galinhas, gansos, marrecos, pombos) até extermínio completo. Um prejuízo monetário, em ração e tempo, para os criadores. A caçada dos animais silvestres, diante da legislação ambiental, ostenta-se proibida e punida. A convivência, entre as partes domésticas e naturais, apresenta-se completamente inviável.
Um isolado morador, muito apegado a companhia do rádio, descobriu uma sina. Este, nos momentos do aparelho ligado, via desaparecer o atrevimento e coragem do bicharedo. As vozes humanas, com alguma música (num bom dom), afugentavam as inconveniências. O aparelho, uma vez desligado, cedo atiçava a ousadia (em função da fome). O camarada, para salvar sua estimada criação, passou a deixar o aparelho sintonizado. Alguma estação, com muita algazarra e conversação, via-se como companhia. A anômala descoberta, para alguns parceiros chacareiros, repassou a informação.
Outro morador, visitante esporádico da chácara, seguiu o receituário. Este, nas vinte quatro horas diárias, deixa o aparelho sintonizado numa tradicional estação. Alguns horários assemelham-se ao clima dos bailões (tão comuns nos centros urbanos) e outros a campeonatos esportivos. A barulheira, do acentuado volume, espalha-se pelas redondezas da residência e pátio. As aves, como exemplo, vêem-se poupados  das caçadas implacáveis. As galinhas, na ausência do proprietário, seriam inviáveis criar livres e  soltas. Os garnisés  neste ambiente espaçoso e natural, multiplicam-se como aparente praga (na proporção da ausência dos antigos inimigos).
Visitas ocasionais aconchegam-se ao cenário barulhento. Estes, com a presença do aparelho, procuram pelos donos. Estes, como pessoas civilizadas, batem palmas, olham aqui e acolá, procuram lá e cá... Estes forasteiros, na ausência humana, deparam-se com uma tapera. A solução, depois de alguma espera, consiste em retomar o caminho da estrada de acesso. Alguma vizinhança, numa visão ocasional, controla eventuais acessos assim como conhece a história da barulheira radiofônica.
O curioso, no exemplo, consistiu em alguém descobrir o ponto fraco dos animais. Este camarada, com o sui generis, criou a base dum comportamento comunitário. A informação, como descoberta, viu-se logo repassada aos amigos e conhecidos. Os cidadões, com idêntico dilema, colocaram a experiência em prática. A real eficiência vislumbrou nova prática agrícola. Estas experiências, nas conversas informais, vêem-se repassadas como conhecimento empírico no conjunto de moradores.
O indivíduo, no cotidiano da existência, resolve um problema e logo cria outro. O barulho humano, de maneira geral, ostenta-se um especial incômodo à fauna silvestre. A lei da sobrevivência, no reino animal, não perdoa os desprotegidos e fracos (o primeiro cochilo representa o perecimento). Os paliativos, em certas situações, mostram-se remédios e soluções. Animais domesticam-se com alimentos e os humanos orientam-se pelo dinheiro.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem: http://radioclubecampobelo.com.br