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sábado, 25 de outubro de 2014

A imprópria solução


O vizinho, na curta e estreita rua, improvisou estacionamento e garagem. O estrito espaço, na moradia, adicionou os puxados. O pátio, no parco terreno, abriga quatro famílias.
Animais, no domicílio, ostentam feição de zoológico. Distinta idolatria, nos caninos e felinos, soma-se aos automóveis. Dois espaçosos, no feitio de sucata tecnológica e “veículos presidenciais”, inserem-se no recinto. A bucólica garagem caiu na carência e miséria.
O recurso, nas consecutivas manhãs, incide nas barulhosas manobras. Um carro, no achaque, costuma ser estacionado no portão (de estrada do achegado). O estorvo ocorre nas semanas. Os pedidos, em esporádicas ocasiões, sucedem na cedência e uso da alheia garagem.
A indefinição, nos objetivos e propósitos, conduziu a imprópria solução. A improvisação, na aquisição e manutenção de patrimônio, introduziu ares de cortiço e ferro velho. Os próximos, no barulho e deslocamento, acabam aborrecidos e atingidos.
Os veículos, na excessiva cifra, tornaram-se um empecilho e problema. Os burlescos artifícios, na distraída advertência e reparação, servem de ensino e esperteza.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.imagemfacebook.com.br/