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quarta-feira, 1 de abril de 2015

A parca existência


O filho das colônias, na tenra idade, conheceu o valor do trabalho. O tempo via-se ocupado na luta pelas afinações e formulações dos ambientes. A agricultura familiar, no pacato interior, advinha na primazia do ofício. O braçal, na força, caía na ação e instrução.
O sujeito, nos oitenta e quatro anos, alega ter vivido pouco. A razão, nos muitos e variados dias, ligou-se a consecutiva faina. Os afazeres, no desafio do diário, chamam às cargas e obrigações. Quaisquer materializações, na adição e alteração, ordenam a ingerência humana.
O benefício, na dispendiosa essência, liga-se a férrea saúde. Os tempos, em doenças e remédios, incorrem no rejeite. A devotada circulação, no habitual suor (no contínuo dos anos), alimentou agilidade dos movimentos e sentidos. O corpo, no ágil, rivaliza com muito moço.
A ação, no desfecho dos dias, alimenta-se no ativo e firme. A faina, em quaisquer circunstâncias, arranja-se indispensável. A habitual ocupação abrevia males das preocupações e sedentarismos. O fruto, no prazer da produção, cai na exultação e realização.
O pormenor, nos vastos amigos e conhecidos, desponta na ciência. A maioria, no lazer e prazer do ócio, enveredou na via dos vícios. O parco afazer, na distração dos convites do mundo, apressou o dom da partida. A fadiga, no valor, afirma mantimento e sobrevida.
O extraordinário, no final das contas, incide na beleza e realização pessoal. “Cavalo velho averígua-se complicado mudar de passo”.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.aluguerferias.com/anuncio-5353.htm