Translate

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O chamado animal


O guaipeca (cachorro), acostumado com o dono, não cessava de uivar. Este, nas caladas da noite, clama pelo senhor. A saudade, após a partida, acirra instintos e machuca o íntimo!
A senhora, no sabor do frio de inverno, estendeu uma velha blusa. A peça, no aroma, ostenta o cheiro do finado. O parceiro, da singela doação, acalmou-se com o modesto alento!
O perecimento sucedeu-se a bons meses! O animal continua a vã procura! Ele, de forma criteriosa, preocupa-se em ser companhia a enlutada e enviuvada senhora!
A guarda dos bens mostra-se outra nobre função canina. As saudades, nos dias sucessivos, reforçam-se nos cheiros e lembranças! O bicho aspira ao retorno do chefe!
Uns animais, em função da extrema afinidade e sensibilidade, faltam somente falar! As virtuosas pessoas, na derradeira viagem, deixam infindáveis saudades e profundas lacunas!

                                                                                             Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://todomundoacha.blogspot.com.br

A artimanha veicular


Um condutor, numa periferia urbana, encontrou-se a espera da esposa. O local, com o determinado modelo de carro, levou à cobiça e criminalidade da bandidagem!
Um malandro, no compasso de espera da esquina, viu uma oportunidade de assalto e roubo. Ele, de supetão, achegou-se e puxou a arma. O motorista foi enxotado da direção!
O dono, em meio à agressão, alerta ao ladrão; “- O veículo simplesmente não liga! Este encontra-se estragado! O caminhão guincho chega em  minutos!”
O assaltante desacredita na ladainha. Este tenta fazer uma ligação direta. O monstrengo tecnológico não liga! O larápio renova a agressão com uma coronhada!
O assaltante, na proporção da frustração do intento, esvai-se ao mundo! Ele, como curiosidade, procura reclamar da situação incômoda do estado funcional do veículo!
O proprietário, com o conhecimento do segredo, liga-o em meio à dor e susto em segundos. Este, nuns minutos subsequentes, trata de abandonar o ambiente impróprio! 
O motorista, no percurso, depara-se com o malandro. Ele, noutra rua, caminha na direção de algum lugar ermo. Um cidadão, a primeira vista, assemelha-se a algum trabalhador!
O condutor, numa espécie de cumprimento e saudação, trata de externar uma singela buzina. O indivíduo parece desacreditar na peça e provocação (como trote)!
A bandidagem exige igualmente conhecimento. A infelicidade de um revela-se a felicidade de outrém! A quem a vida não pregou alguma ímpar peça?
Cada dono deveria conhecer o real estado das ferramentas. A ousadia da bandidagem multiplica-se na contrapartida da inércia policial. O pacato cidadão, nas caladas da noite, encontra-se enjaulado na proporção dos malandros dominarem os entes públicos.
                                                                                   
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.aceros-de-hispania.com