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sábado, 20 de outubro de 2012

Um excepcional brinde

     As colônias, como quaisquer ambientes da convivência humana, possuem os tradicionais mensageiros. Estes, como ocupação e paixão, trazem e levam acontecimentos e informações aos diversos cantos e recantos da vivência colonial. Os camaradas, no ambiente comunitário, acabam conhecidíssimos pela prática. Uns tratam de cuidar-se em externar certos comentários e falas na presença destes.
    Uma dupla combinou em aplicar uma peça ao sicrano. Ele, como trabalhador diarista, perpassa as diversas moradias. Conhece a rotina das famílias e comenta detalhes no armazém/venda. Um prato cheio aos falatórios. Os dados "escorrem pelas bocas de rurais". Uma realidade imprópria na proporção de estranhos saberem demais da vida de outros. O excesso de particularidades incorre na insegurança familiar. O comentarista "mordeu a isca e foi-se ao mundo" na proporção de ficar sabendo algumas novidades.
    O beltrano e o fulano estabeleceram um combinado! O primeiro falaria da doença do fulano, que, a um bom tempo, andaria desanimado e com alguma indisposição. A causa poderia estar no fracasso dos negócios assim como dificuldades financeiras (a tradicional "doença do bolso"). Quem não teria problemas de finanças com os elevados investimentos em aviários, chiqueiros e tambos. Os bancos, através do excesso de créditos agrícolas, estariam "batendo a porta". O cidadão, numa conversa informal, ouviu atento a exposição; o beltrano, com a permissão do fulano, colocou detalhes da situação. O indivíduo, nas primeiras oportunidades, passou adiante o comentado.
    Ele falou os dados na convivência das famílias e trabalho. Uma grande invenção! Os ouvintes cedo vieram interrogar sobre as condições de saúde do fulano. Este colocou de ridículo o sicrano, que passou como "excepcional mentiroso na praça". Os autores riram-se da estranha situação com razão de ensinar-lhe uma lição de vida. Sentiu-se, lá adiante, um trouxa e aprendeu a averiguar certos dados. Pensa, numa futura oportunidade,  cobrar-se da amarga afronta. Os colonos denominam estes trotes de "passar um cachorro" (desconhece-se a origem no termo).
     Os comentaristas e mentirosos costumam-se ser causa de chacota e piada. Mostra-se atitude inconveniente explanar conversas reservadas num ambiente comunitário. Quem nesta vida, em nalgum momento, já não entrou em alguma fria?

 Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://familiavoltz.blogspot.com.br/2009_07_01_archive.html 

Provérbios judaicos


01. Dê ao seu filho raízes. Mais tarde, asas.
02. O bêbado fala o que o sóbrio pensa.
03. Dois cachorros podem matar um leão.
04. Um mau amigo é um maravilhoso coveiro.
05. Um tolo e seu dinheiro são separados logo.
06. Um centavo economizado é um centavo ganho.
07. Não me faças perguntas e não lhe direi mentiras.
08. Não julgue um livro por sua capa.
09. Não morda a mão que o alimenta.
10. Um mau trabalhador culpa as ferramentas.
11. Só quem respeita, merece o respeito.
12. A ousadia leva ao êxito.
13. O caminho mais curto é o pedregoso.
14. Um coração alegre faz uma vida longa.
15. A beleza está no olho do observador.
16. Cérebro é melhor do que músculos.
17. Atravessa o rio onde o leito é mais raso.
18. Confie em Deus, mas amarre o teu camelo.
19. Aquele que come sozinho, morre sozinho.
20. O tempo é capaz de transformar tudo.
21. A tentação é doce no início e amarga no fim.
22. Sábio é aquele que com todos aprende.
23. Rico o que se contenta com o que tem.
24. Não há negócio melhor que a vida. A gente a obtém a troco de nada.
25. É mais fácil acabar com um mau hábito hoje do que amanhã.
26. Ter dinheiro é bom, mandar no dinheiro é melhor ainda.
27. Um inimigo é demais; cem amigos mostra-se pouco.
28. Quem não pode morder não deve mostrar os dentes.
29. A beleza pode abrir portas porém somente a virtude entra.
30. Uma maçã por dia mantém o médico distante.
31. Um pássaro na mão vale mais do que dois no arbusto.
32. Uma consciência culpada não necessita de nenhum acusador.
33. Uma panela de leite é arruinada por uma gota de veneno.
34. Tome o café da manhã como rei, almoce como príncipe e jante como miserável.
35. Não conte seus frangos antes que estejam chocados.
36. A ausência faz o coração crescer mais afeiçoado.
37. Nenhum castigo é pior do que passar uma noite sem dormir.
38. O sorriso é uma das grandes armas do homem.
39. Quando o vinho desce, solta-se a língua do homem.
40. Não ensinar o filho a trabalhar é como ensinar-lhe a roubar.
41. Num restaurante, escolha uma mesa perto de um garçom.

(Pensamentos reunidos, a partir de fontes diversas, por Guido Lang).

Crédito da imagem: http://copiarecontribuir.blogspot.com.br/2008/12/os-judeus-e-o-natal.html