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segunda-feira, 2 de março de 2015

A oferta de trabalho


O indigente lenhador, na oferenda de faina, achegou-se ao alheio domínio. A penúria, na dificuldade do nativo, caía na piedade. A necessidade de braço, na propriedade, incidia na acentuada falta. A abastança, nos artificiais matos, caía na colheita da madeira.
O corte, na lenha em metro, cometia na precisão. A oferta, na tentativa de agendar escambo, acontecia no acentuado cálculo. O “meia a meia”, na derrubada, acabaria no provável acerto. O problema, na fiança da legislação, relacionou-se aos vínculos trabalhistas.
O plantador, na impossibilidade de assinar carteira, queria distância dos acertos e serviços. O ambíguo, no acidental desastre ou ocasional desacerto (entre partes), acabaria nas contendas judiciais. A compensação, na adversidade, poderia sorver os bens de família.
As pessoas, em função das necessidades, achegam-se como excepcionais amigos. O indivíduo, ciente das privações, compadece-se da situação. A legislação trabalhista, nos ardentes direitos dos empregados, obriga a dizer “não”. O equívoco cai na tardança do bosque.
Os medos acontecem no envolver das relações. O dinheiro, no assunto tempo, cria direitos e disputas. Os falatórios, em artifícios de terceiros, aguçam barulhos e discórdias. A amizade procede no processo e rancor. O dono, no saldo, acaba inimizado e punido.
O risco de arriscar o muito para angariar o pouco sobrevém na ousadia. A precaução, na informação, sobrevém aos empreendedores e investidores.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: https://velhosamigosnh.wordpress.com