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segunda-feira, 1 de abril de 2013

A festança dos ratos


Um colonial, numa ocasião, esqueceu-se do queijo. O porão, com o ocasional leite azedo, era o lugar próprio à fabricação. A industrialização caseira mostrava-se a forma de evitar desperdícios (com a carência de mercado à produção ácida). O produto, por uns bons dias, ficou no esquecimento momentâneo.
Algum rato, diante do cheiro lácteo, achou fácil o queijo. O descobridor atraiu outros conhecidos. A fome cedo avolumou uma porção de membros! Uma comunidade, com várias famílias, afluiu à degustação. A ausência maior de gatos reforçou a festança.  
Uma folia tomou conta do cenário! Inúmeros irmãos, dos cantos e recantos, advieram à propriedade. Uma multidão para o singelo tamanho do produto. Algum roedor cedo externou sua lamúria: “- Quê pena! O fabricante deveria incorrer em mais esquecimentos desses! Um momento propício para reunir o conjunto de moradores!” A admiração incorreu: donde afluiu toda essa multidão de ratos? Quaisquer benesses logo atraem um grande e variado público!
O fabricante, numa altura, relembrou-se do fruto do trabalho. Este, numa degustação, quis averiguar a qualidade. O espanto e a raiva decorreu do resultado. Uns esparsos farelos, como migalhas, foram unicamente deixadas como sobras. A bagunça e sujeira deixou indescritível o ambiente!
Este, numa auto-reflexão, falou em viva voz: “- O camarada dá algum cochilo e logo vê-se surrupiado na propriedade! A gente desconfia da presença de algum rato, porém uma multidão mostrou-se impensável! O suor alheio parece ter melhor sabor que o próprio!”
A ausência dos gatos faz a festa dos ratos. A sabedoria popular versa: “Achado não é roubado”.  O dinheiro público, na ausência severa de fiscalização e punição, assemelha-se a farra e sujeira dos ratos.

     Guido Lang
 “Singelos Sucedidos no Cotidiano da Existência”       

Crédito da imagem:http://www.guiame.com.br

O corvo e o jarro


Um corvo que estava sucumbindo com muita sede encontrou um Jarro, e, na esperança de achar água, voou até ele com muita alegria.
Quando o alcançou, descobriu para sua tristeza que o jarro continha tão pouca água em seu interior que era impossível tirá-la de dentro.
Ele tentou de tudo para alcançar a água que estava dentro do jarro, mas todo seu esforço foi em vão.
Por último ele pegou tantas pedras quanto podia carregar, e colocou-as uma-a-uma dentro da Jarra, até que o nível da água ficasse ao seu alcance e assim salvou sua vida.

Moral da História:
A necessidade é a mãe das invenções.

                       Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

Crédito da imagem: http://www.portalsaofrancisco.com.br