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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Os vivos mortos


A realidade, no ambiente urbano, retrata os reflexos da globalização. Os excessos, em informações e tecnologias, instituíram os desnorteados entes. As pessoas, na gama de ambientes e realidades, andam atrapalhadas e desligadas. Os dispositivos, nos múltiplos recursos, ostentam primazia das atenções. Os usuários, na convivência e trânsito, circulam apáticos e desatados. As conversas, no banal e simples, sobrevêm na pérola das relações. Os autômatos, na analogia dos zumbis, caminham quão vivos mortos. Os estudiosos, no aspecto das interações, despontam atentos e curiosos. O modismo, no vício das tecnologias, transita no permanente ou transitório. A alienação, nalgum instante, deverá chegar à saturação. Os humanos, no conjunto do racional, costumam inventar oportunas dificuldades. A seleção natural, no exagero do artificial e superficial, desempenha ativa compleição. As expressões, nas afeições e obsessões, incidem num singular custo e fruto.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.polotransitoseguro.com/