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sábado, 27 de agosto de 2016

As escamoteadas vistas

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O vizinho, na casta de folgado e inativo, acode nos atrelados e melindrosos olhares. As perambulações, no corriqueiro do pátio e via, simulam fingida solicitação. O curioso, no artifício, atrela-se na camuflada aspiração. A afamada vizinha, no usual dos afazeres e ambulações, peregrina no ativo e real reparo. O interesse, no escamoteado, liga-se nas segundas intensões. O ardente corpo, no firme e esbelto (na “flor da idade”), cai no “convite da intimidade”. O namorico, em “ausente amado”, ficou sabedor do impróprio artifício. O ancião, em “idade de ser seu pai”, acorre na “alucinação e fantasia da alheia fortuna”. O episódio, no acordo social e urbano, estabelece intriga e suspeita. A grosseria, no camuflado, esconde “quebra de confiança e vizinhança”. As pessoas, na astúcia ou inocência, prestam-se aos ambíguos e calculistas. Os incidentes, nas imprudências, criam adversidades e buchichos. Os citadinos, no corriqueiro, mostram-se muito desconfiados e mercantilistas.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: https://fanfiction.com.br

O explanado das cartas

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A boutique, na avenida principal (centro), apreciou o “fechamento das portas”. As baixas vendas, em vestuários, caíram nas ocorrências. A crise, em combalidos cofres (dos empenhos públicos), recaiu no ônus da iniciativa. O anúncio, em “aluga-se imóvel”, completou colado na vitrine. As imobiliárias, na caça de novo locatário, auferiram evidência. O detalhe, no avultado debaixo da transparente porta principal, liga-se ao avolumado de cartas. As missivas, nas insígnias bancárias, sinalizam coleções de faturas. O empregador, no comércio, ficou no “plausível negativo”. O fato, em negócio fechado, descreve obrigações. As incumbências, no decurso do tempo, avultam na consignação (encerrada). O empreendedor, em ousado patrão, necessita “calcular e refletir bem na peripécia de abrir empresa”. Os disfarçados sócios, em anunciados encargos sociais (dos entes públicos), “arrancam couro dos descuidados”. Os sensatos direitos, no propagado da legislação, decifram-se na prática em deveres.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://www.premiodamusica.com.br/