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segunda-feira, 11 de maio de 2015

O excessivo crédito


O comprador, no carvão vegetal, afixou peso e preço. O caminhão, no transporte do artigo, sobrevinha nos afirmados nove mil quilos. A ocorrência, em dezoito anos de trato, incorria na fé e vigor. A pessoa, em comércios, deve confiar no receio dos iguais e próximos.
O pacto, na confiança e união, fluía assentado e estável no semanal. A troca, no motorista de caminhão, aconteceu no decurso. O rodízio, na mão de obra, advém no costume do espaço das firmas. O pormenor, no assunto “companheiros”, incidiu no inesperado.
O arranca-rabo, na destreza profissional, induziu comentos e sarcasmos. O novato, na acertada altitude, “abriu a boca”. O peso, na real da condução, caía nos oito mil e quinhentos quilos. A meia tonelada, na falta aos nove mil, induzia no ganho e roubo do transportador.
A achada, na tramoia, induziu a bate-boca. O fabricante, no logrado, requereu ressarcimento. Uma fortuna, em extensos anos, fora surrupiada. A discórdia, entre outrora amigos e sócios, assumiu corpo. A achada, na queda de braços, induziu a geral ligação.
A malandrice, aos quatro ventos, acabou disseminada. O empresário, no final, cerrou portas. Os fornecedores, na fraude, careceram de prover o artigo. Parcerias novas, na mútua sobrevivência, foram imperativas na busca. O lema, na boa fé, versa em viver e deixar viver.
A iniquidade, no momento, parece deveras vantajoso, porém no tempo resulta no dano. O correto e justo, no exercício efetivo, eterniza afinidades e confianças.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://geoconceicao.blogspot.com.br/