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domingo, 30 de setembro de 2012

A artimanha do chupim


 

     Um ingênuo tico-tico, com todo carinho e dedicação, confeccionou seu ninho, quando cedo advieram os ovinhos. Este, junto com o companheiro, procurou um lugar discreto, no que, com muita dificuldade, alguém pudesse localizar seu esconderijo. Procurou, durante dias, chocar os seus ovinhos, quando nem se deu o tempo para averiguar o resultado do trabalho.
     O casal, depois de dias, viu o nascimento de umas lindas criaturas, que, como pais, pareciam “as mais bonitas do mundo”. A mãe, com o seu empenho, procurava insetos e larvas, que pudessem alimentar os rebentos. Os filhotes cresceram e aí as diferenças salientaram-se.
      Um chupim, com a maior astúcia e discrição, havia-lhe colocado um ovo, que gerou um esbelto pássaro. Ele nasceu e cresceu diante do suor alheio, quando, em meio ao desconhecimento e posterior consentimento, tornara-se sócio da ninhada.
      A vida econômica assemelha-se aos chupins, quando cedo temos sócios nos empreendimentos. O tempo revela o tamanho do parasitismo, que cresce e onera os encargos. Uma carga deveras onerosa, na sociedade organizada, recaí sobre os indivíduos quando muitos são os chupins.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chupim 

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