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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Colonização Westfaliana


As dificuldades de sobrevivência, por volta do ano de 1868, foram muitas na Westfália/Prússia. Os impostos eram extorsivos em relação aos baixos rendimentos. O Estado nacional alemão, em formação, precisava de recursos para fazer frente às guerras de unificação (de Bismarck contra a Áustria em 1864, Dinamarca em 1866 e França em 1870). O recrutamento militar era obrigatório e temido. O excessivo crescimento populacional tornava os recursos financeiros escassos. A falta de terras aráveis, às camadas pobres, um problemas econômico-social. Os latifundiários concentravam os solos e agregados e semiescravos viam-se comuns. A falta de oportunidades, a propaganda da abundância de terras na América, a substituição do trabalho artesanal pelo mecânico foram outras causas do êxodo...
As levas de despossuídos queriam uma ocasião para o pessoal procurar novas oportunidades de ascensão econômica e abandonar a Alemanha assim como conferir as “notícias da fartura americana”. Estas apareceram com o pastor evangélico Johann Friedrich Wilhelm Kleingünther. Este veio ao Brasil e conheceu, em 1866, a próspera Colônia Teutônia. Resolveu, consciente das dificuldades de vida de muitos dos seus conterrâneos, espalhar a “boa nova”. As cartas da fertilidade do solo, das facilidades de compra de terras, abundância das riquezas naturais (caça, madeira e pesca), clima ameno e da colonização de evangélicos luteranos em Teutônia criaram uma espécie de febre de emigração.
Estas notícias, conforme Klaus Becker no I Colóquio de Estudos Teuto-brasileiros – pág. 222 e 223, fez com que em 14 de agosto de 1868 viesse à primeira leva de colonos westfalianos. Eles vieram do Rio de Janeiro a Porto Alegre com o vapor “Proteção”; eram em número de quarenta e uma pessoas e conhecidos do pastor Kleingünther. A leva, em Porto Alegre a Taquari, foi embarcada no dia 20 de agosto de 1868. O trajeto de Taquari a Teutônia, através dos campos selvagens e matos, foi percorrido com carretas e carroças de mulas pelo carreteiro e comerciantes/diretor da colônia particular Karl Arnt.
 A relação dos pioneiros foram Heinrich Howeler e esposa, Heinrich Eggers e família, Elisabeth Eggers, Ernst Hachmann, Friedrich Liede, Wilhelm Schonhorst e família, Wilhelm Hasenkamp e Friederike Brockmann, Friedrich Brockamp, Friedrich Neuhaus e esposa, Hermann Pohlmann e Wilhelmina Neier, Friedrich Wilhelm Knebelkamp e esposa, professor primário Johann Heinrich Behne e família. Outras levas, entre os anos de 1868 a 1872, seguiram e trouxeram aproximadas trezentas famílias.
Os colonos vieram principalmente de lugares como Lengerich, Tecklenburg, Ostenberg, Kappeln, Landbergen, Lotte, Osnabrück, Gaste, Westerkappeln, Leeden... Estes, na Colônia Teutônia, constituíram uma colonização homogênea. Os pioneiros instalaram-se primordialmente nas picadas Franck, Neuhaus, Schmidt, Clara, Krupp, Frederico Guilherme, Berlim, Moltke... Os moradores introduziram o dialeto do sapato de pau, que mantém referência a sua habilidade de confeccionar e usar o sapato de pau (em função das dificuldades econômicas e rigores do clima).
Os imigrantes westfalianos destacaram-se pelas atividades e entidades culturais. As escolas comunitárias pipocaram assim como os esteios dos templos religiosos. O canto coral, sociedades de tiro, grupos recreativos e de leitura bíblica tornaram-se comuns no seio colonial. Uma instituição, muito conhecida, foi criada pelos ex-combatentes das guerras de unificação. Tratou-se da Sociedade dos Atiradores da Linha Clara/Teutônia.
Os elementos westfalianos sobressaíram-se pelo espírito produtivo. Excepcionais criações e plantações invadiram o espaço da outrora aparente impenetrável floresta. O instinto de econômico e trabalhador são aspectos salientes no cenário comunitário e os municípios resultantes, das suas iniciativas, destacam-se nos elevados índices de desenvolvimento humano. Algumas localidades, num cenário ímpar, parecem abrigar cidades de aviários, chiqueiros e tambos.

         Fonte: Guido Lang, O Informativo de Teutônia n° 18, dia 25.11.1989, pág. 02 (texto reescrito).

Crédito da imagem: http://www.rotagermanicateutonia.com/pontos-turisticos/pontos-turisticos-westfalia/

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Colônia Teutônia: Fases da Colonização


O processo de ocupação da Colônia Teutônia, em termos gerais, ocorreu em três etapas. Esta realidade, a partir dos livros de colonização e registros de imóveis, lê-se nas entrelinhas da história regional.
O primeiro período, entre os anos de 1862 a 1868, registra a chegada e instalação dos primeiros elementos europeus. As picadas ocupadas situaram-se a margem esquerda do Arroio Boa Vista (afluente do Taquari). As terras mais planas da colônia particular (dividida em seiscentos prazos). As localidades da Germana, Glück-auf (Canabarro), Boa Vista e Nove Colônias foram o início da empleitada. Alguns lotes, nesta época, já foram comercializados na margem direita. Os colonos advindos das velhas colônias (Colônia Alemã de São Leopoldo) dominaram o espaço. A propaganda da fertilidade do solo e abundância de madeiras foram causas de afluxo de pioneiros. Vários, como descendentes dos primeiros imigrantes (primeira e segunda geração), afluíram em função da procura de novas terras. As comunidades constituídas, de maneira geral, eram mistas; incluía imigrantes e teuto-brasileiros. As famílias, entre outras várias, foram Arnt, Dickel, Grabe, Güntzel, Lautert, Hachmann, Heinrich, Röhrig, Schüle, Streher...
A segunda, de 1868 a 1875, ultrapassou o Arroio Boa Vista, isto é, abrangeu as terras situadas a margem direita. As picadas Franck, Welp, Clara, Schmidt, Neuhaus e Catharina (parte) viram-se desbravadas. Os pioneiros foram teuto-brasileiros e as famílias iniciais de westfalianos. A ocupação revelou-se rápida, isto é, em menos duma década a área toda viu-se  habitada. O tamanho dos prazos coloniais ficaram menores (entre oitenta a cem mil braças quadradas) e as terras começaram a ficar acidentadas. Salientaram-se, entre outras famílias, os Franck, Beckmann, Genehr, Geisel, Landmeier, Lang, Hattje, Kich, Eggers, Hunsche, Zimmermann, Loose, Jasper, Strate, Schröer, Schonhorst...
A última, entre 1876 e 1885, englobou a área norte da Colônia Teutônia. Os lotes acidentados na encosta do planalto, portanto, mais difíceis às atividades primárias. Os pioneiros, em poucos anos, fizeram “um milagre westfaliano” em criações e plantações. As picadas Moltke, Köln, Berlim, Krupp, Bismarck, Arroio da Seca, Frederico Guilherme, Horst e Silveira Martins foram criadas. A colonização de westfalianos tornou-se a dominante e o dialeto do sapato de pau predominante. Os obstáculos, entre morros e vales, foram vencidos de forma persistente e tenaz. Os prazos coloniais mantinham tamanhos menores (em média de cinquenta mil braças quadradas). Os nomes das localidades, em boa parte, ligaram-se a unificação alemã. A área abrange partes dos atuais municípios de Imigrante, Teutônia e Westfália (ambos no RS). As famílias, entre outras, foram os Ahlert, Horst, Lutterbeck, Lindemann, Markus, Pott, Goldmeier, Spellmeier, Krabbe, Wilsmann, Brune, Brinckmann, Lagemann...
Teutônia, graças à ânsia de terras aráveis, foi um sucesso precoce da colonização. As férteis terras, em poucos anos, trouxeram cenários assemelhados a velha Alemanha. A fartura alimentar, com produtos de subsistência, trouxeram uma nova realidade produtiva no cenário provincial. Um lugar de geração de riquezas ímpares nas terras brasileiras e posterior exportação de pioneiros a outras plagas nacionais.

         Fonte: Guido Lang. O Informativo de Teutônia n° 15, dia 04.11.1989, pág. 02 (texto reescrito).  

Crédito da imagem: http://www.riogrande.com.br/municipios/teutonia7.htm

Acredite


Você precisa ter sonhos, para que possa se levantar, todas as vezes que cair. Acreditar que a toda hora podem acontecer coisas boas e mudar o rumo da sua vida.
Você precisa ter sonhos grandes e pequenos. Os pequenos, são a felicidade mais rápida, os grandes, lhe darão força para suportar o fracasso dos sonhos pequenos.
Você tem que regar os teus sonhos todos os dias, assim como se rega uma planta para que cresça...
Você precisa dizer sempre a você mesmo: vou conseguir, vou superar, vou chegar no meu sonho!
Fazendo isso, você vai estar cultivando sua luz, a luz de sempre ter esperanças, que nunca podem  se apagar, pois ela é a imagem que você pode passar para as outras   pessoas, e através dessa luz que todos vão lhe admirar, acreditar em você e te seguir.
Mire-se na Lua, pois se você não puder atingi-la, com certeza estará entre as estrelas.

Autor Desconhecido

 Obs.: Se algum leitor souber o nome do autor do texto, favor informar ao autor do blog, para que os devidos créditos possam ser concedidos a esta pessoa.


Crédito da imagem: http://www.codigodiamante.com/2012/03/a-lua-cheia-e-as-energias/

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Um buraco


Um certo colonial, pacato morador das colônias, viu-se contratado para abrir um buraco. Este, como senhor e solteirão, fazia trabalhos manuais. Diversos moradores, em meio às necessidades das propriedades, contrataram-no de forma esporádica nos serviços. O curioso: sabia fazer uma gama de atividades e não relegava tarefas.
O cidadão, como diarista braçal, mostra-se um trabalhador em extinção nas colônias. Eles, no cotidiano das localidades, fazem muitíssima falta. A legislação trabalhista inibe estes contratados ocasionais. Qualquer percalço pode acabar em sérios aborrecimentos e indenizações no ministério. Muitos preferem deixar crescer o mato a incorrer em aborrecimentos e transtornos trabalhistas. A inviabilidade econômica, de contratar por um e outro dia/serviço, não compensa o vínculo efetivo. A vantagem do profissional, no final do expediente, consiste em sair com o dinheiro na mão e sem maiores encargos/descontos.
O fulano, num determinado momento, aceitou em fazer mais outro “bico” (serviço). A tarefa consistia em abrir um buraco. Este, como finalidade, serviria para instalar algum poste. As antenas da internet ganhariam espaço no cenário colonial. As ondas da modernidade, como norma geral, aconchegam com rapidez na tranquilidade do interior. Os moradores querem as benesses das cidades e vivem em meio à calmaria das localidades. Dignidade e qualidade de vida tornaram-se uma obsessão.
O cidadão, nas lidas manuais, foi abrindo a cratera. A pá de corte e cavadeira manual, como artefatos, eram as ferramentas próprias à tarefa. Uma circunferência de meio metro cúbico de superfície foi ganhando a fundura de um metro e meio. O trabalhador, depois de duas horas (entre esforços e descansos), tinha concluído a nobre missão. O contratante admirou-se do belo trabalho e tamanho do buraco. Acertou, concluído a tarefa, o valor pré-combinado. Meia centena de reais pagou no ato. O camarada, na auto-reflexão e dom de brincadeira, externou a seguinte frase: “- Um buraco desses por cinquenta reais! Outros bem menores também custam esse preço em bem menos tempo!” Alguma gargalhada e nada de maiores comentários.
Valores de serviços variam conforme a especialização e procura. Cada qual gasta o seu suado dinheiro conforme melhor lhe convém. Uns ganham difícil, outros de maneira fácil a grana da sobrevivência. Dinheiro serve para atender aos nossos desejos e sonhos! Os pensamentos alheios inúmeras vezes nos surpreendem de forma deveras.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem:http://nandapiovezani.blogspot.com.br/2011/02/cade-o-buraco.html   


A riqueza


Outro dia, em artigo de jornal, andei comentando esse assunto de riqueza, mas nem por isso me consegui libertar dele; ficou-me na cabeça e torno a debulhá-lo aqui, com vocês. Foi problema que sempre me interessou, esse de ser rico. Ser rico – quer dizer, ter em mãos possibilidades de poder e privilégios que o dinheiro dá – é o sonho universal das criaturas. Todo mundo precisa, quer dinheiro, o pobre para enganar a miséria, o rico para ficar riquíssimo, o pecador para satisfazer seus desejos, o santo para as suas caridades. E isso não é para admirar, pois o dinheiro representa realmente o denominador comum de tudo que tem valor material nesta vida, inclusive coisas de caráter subjetivo, como o poder, o prestígio, o renome etc. Diz-que até o amor.
Tudo isso é o dinheiro. E contudo não há coisa mais limitada do que o dinheiro, a riqueza. Pois que ele só nos vale até certo ponto, ou seja, até se chocar com os limites dessa coisa intransportável que se chama natureza humana.
Você, por exemplo, que tem o seu contadíssimo orçamento mensal, para você dinheiro é um sonho, representa mundos impossíveis – conforto, luxo, viagens, prazeres – o ilimitado. Querer uma coisa e simplesmente assinar um cheque para obter. Um jardim, um apartamento de luxo, um grande automóvel, ou mesmo o seu avião particular. Boates, teatros, Nova York, Paris! A roda da grã-finagem internacional que também se chama o “café-soçaite” ou os “idle-rich”, os ricos ociosos. Jogar bridge com a Duquesa de Windson, dançar com o Ali Khan.
E entretanto – e aí é que bate o ponto – é bom notar que isso tem um limite bastante rígido. Fora uma conta de prazeres e conquistas sociais, no fundo mais subjetivas do que objetivas, além não se pode ir. A riqueza, sendo capaz de nos proporcionar apenas o que está à venda, não nos pode dar nada de genuíno, de autêntico, de natural. Se você perde a perna num acidente, o dinheiro lhe dará a melhor perna artificial do mundo – mas artificial. Tanto no milionário como no pobrezinho com perna de pau, o coto mutilado é o mesmo, porque a natureza não se vende. E assim, quem compra cabelos supostos não pode esperar razoavelmente senão uns postiços, como já o dizia José de Alencar. E quem fura um olho, possua embora o dinheiro do Rockfeller, terá que se arranjar com um olho de vidro, como qualquer de nós.
Sem falar nas limitações do cotidiano. Pode-se ser rico como se for, não se pode aumentar em nada as extremas da nossa natureza. Comer mais do que cabe no estômago, dormir mais que as horas normais de sono, divertir-se mais do que a nossa capacidade de vigília, amar mais do que a nossa medida de amor. Nem o homem ou a mulher amada podem ser diferentes em nada da mulher do padeiro ou do namorado da copeira. Mais bem lavados, mais bem vestidos, mais refinados, porém na essência os mesmos: têm todos olhos, nariz e boca, duas mãos e dois pés. E ainda não nasceu o rico que, para mostrar o seu poder aquisitivo, procurasse uma mulher com dois narizes ou quatro braços. A riqueza, por mais que o deprave, não lhe tira o horror do monstruoso, que é uma das pedras de toque da natureza humana. O mais que ele faz é chegar a um compromisso e, em vez de mulher de dois narizes, arranjar duas mulheres. Mas aí esbarra com outro limite, pois só se pode divertir com uma mulher de cada vez, e assim, no fim das contas, ter duas ou mais vem dar na mesma coisa do que ter uma só.
Mas todas as desgraças do excessivamente rico ainda não estão em nada disso, estão em coisa pior. É que passada certa quantidade de riqueza o dinheiro deixa de ser nosso servo para nos transformar em servo dele. Dou um exemplo: um homem que possui um pequeno diamante pode andar com ele no alfinete de gravata, em qualquer parte, sem grande perigo de roubo, esquecendo até que o carrega consigo. Mas o dono do Regente ou do Kullinan não pode trazer o seu brilhante no pescoço, tem que o guardar em cofre fortíssimo, tem que o pôr no seguro, tem que viver à espreita do ladrão, do vigarista, do assaltante que, por astúcia ou violência, o tentará despojar do seu tesouro. Em vez de ser ele o dono da pedra, a pedra é que é dona dele, já que a pedra, em vez de o servir, trá-lo constantemente ao seu serviço. E o mesmo acontece com as grandes fortunas em dinheiro; um grande capitalista passa os dias e as noites não a gozar o seu dinheiro, mas a cuidar dele. A procurar empregos sólidos de capital, a vigiar as oscilações da Bolsa e do mercado, a temer revoluções, a temer os prejuízos. Nós, que pagamos no máximo alguns contos anuais de imposto de renda, não podemos calcular as ginásticas que faz para se livrar de taxas o homem que as paga aos milhões.
Moralidade: não tenha inveja dos ricos. Não tenha inveja de ninguém, que é melhor. Mas se quer invejar, inveje o simples abastado que pode satisfazer as suas necessidades e, na medida do possível, alguns dos seus sonhos. E quando nem a abastança pode ser atingida, um bom consolo para o pobre é pensar que, quer com o seu salário mínimo, quer com as rendas vertiginosas do tubarão, tanto um como o outro estão trancados nesta nossa mesma prisão de carne, este “saco de tripas” de que falava o velho Gorki; e se dentro dele pouco podemos, fora dele, então, nada nos adianta, nem dinheiro, nem grandeza, nem poderio. Aí, só a terra fria, nada mais.

Rachel de Queiroz (1910-2003)
Escritora cearense

Crédito da imagem: http://www.historiadigital.org/teoria-da-historia/questao-enem-2009-moral-e-riqueza/

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O Barulho



         A vila inteira, numa quarta, parecia enfurnada nas casas. Vários moradores precisaram dormir em função do trabalho (noutro dia). Algum mais enfiou-se residência adentro. Este temeu pela segurança. Os velhos, como sabedoria de vida, possuem o hábito de dormir e acordar cedo. Poucos, como zumbis da noite, adoram agitar e percorrer as ruas. Cada qual tem seus hábitos e princípios de vida!
Uma turminha de amigos/torcedores, em função de jogo (televisionado), agitou o ambiente. Primeiro: aquela comilança/churrasco! Segundo: bebedeira/cervejada! Terceiro: gritaria/torcida. Quarta: frustração/vibração. Quinto: algum bêbado/inconveniente não deixaria de berrar/gritar. O cidadão, até umas cinco da matina, “parecia endemoniado”. Este, com suas conversas (sem maior nexo e num volume impróprio), rompia o aparente silêncio do lugarejo/vila. Ele, naquela noite, atormentou algumas centenas de moradores.
O barulho, com os volumes da aparelhagem eletrônica, tornaram-se uma problemática social. Uns abusados/ousados não respeitam os direitos alheios ao silêncio. Obrigam outros a escutar seus gostos (como preferência geral). Algum inoportuno, diante da maluquice humana, leva algumas facadas, pedradas ou tiros, desconhece as causas/razões.    
A paciência e o trabalho, de ligar para polícia e esperar resultados, poucas vezes funciona a contento. Outros, para baixar volume, mandam avisos por celular/torpedos. Algum mais, protegido pela escuridão, joga pedra no telhado dos barulhentos. Algum abusado, na maior indiferença, continua na bagunça. A vida, nos grandes cortiços e favelas/centros urbanos, passou a valer pouco e não passa de número estatístico nas tragédias. Inúmeros indivíduos andam com os nervos na flor da pele, por isso “todo cuidado é pouco” para quem expõem-se.
Nalgumas realidades, onde parece não haver problemas, próximos criam-nos! Tornou-se difícil encontrar descanso e sossego nos ambientes urbanos. “O indivíduo, debaixo dos panos, nunca sabe o que rola!” O prudente pensa umas cem vezes antes de tomar atitudes extremas. Quem comercializa porcaria pouco importa-se com as consequências.
                                                                                                        
Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Favela_de_Manhua%C3%A7u_MG.jpg

À Descoberta do Amor


Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.

Mahatma Gandhi (1869-1948)

Crédito da imagem: http://guiaavare.com/noticia/3765/rosas-imagens