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sábado, 30 de julho de 2016

O ardil da reeleição


O certo vereador, em módico negociante (de linha), reelege-se na sucessão das legislaturas (municipais). Os residentes, em parcela do retirado lugarejo, conhecem “ardil do ente público”. O negócio, no manobro humano, imita molde do “dono amansar cachorro”. Os naturais, no usual, atribuem escassa estima ao aprovado direito. O eleitorado, nas três centenas de apoiadores (no universo dos dois mil eleitores), aferem-se trocados no mimo. As festas, nos casos das sextas-feiras, acodem regadas na gratuita carne (churrasco) e cerveja. O carteado, no armazém, completa distração e paixão. Os afeiçoados, em alongadas distâncias, afluem em excepcionais amigos. Os parceiros, no ensejo do pleito, restituem confiança e elegância. A tarefa, em vereador, aufere bom salário. A cobrança, na inspeção, segue limitadas ciências. O negociante, na certa feita, afiançou: “O complicado, na política, versa em manter-se certo e honrado”. Os ingênuos, no banal benefício, comerciam benzido sufrágio.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Político”

Crédito da imagem: https://kekanto.com.br

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