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segunda-feira, 7 de março de 2016

A força das promessas


O moço, na juventude, tomou rumos do consórcio. As juras, no altar da igreja, emanaram nos cerimoniais da tradição. O matrimônio, na admirável festança, ajuntou amigos e parentes. As relações, na chegada do filho, iam de “vento em pompa”. O tempo, na sensata hora, delineou assombro e desgraça. A esposa, na meia idade, contatou chaga do câncer. O óbito, em escassos meses, adveio na doente. As juras, no afirmado da crença, balançaram na extensão das precisões. O sujeito, na falta da associação, avaliou aferro e eficácia das expressões. A solidão, na falta da afeição, despontou demorada e desumana. O fato, em parco tempo, levou no abrigo do leito da desquitada senhora moça. O enlutado, na global de abstinência, fraquejou no ajuramentado. A sexualidade, no agrado, viu-se indispensável. Viúvo, na real, vê-se aquele que vai e não quem fica.  A pessoa pode jamais dizer: “dessa água não bebo”.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.soudesergipe.com.br/

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