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sábado, 20 de fevereiro de 2016

O assentado tempo


O ancião, na ocorrência das colônias, andava complicado na saúde. Os exames e tratamentos, no bom tempo, perpetravam parca diferença. A vida, na maior dádiva, transcorria no “fio”. A família, no ínterim, esteve de sobreaviso. O pior, na extenuação, poderia acontecer em qualquer tempo. O religioso, na aplicação da Santa Ceia (final), viu-se requerido. Os coveiros, no campo-santo (comunitário), trataram em abrir cova... O amigo, na laia de construtor e indiscreto, externou avaliação. O adoentado, na visão particular, faltaria de passar na semana. O acaso, no epílogo, delineou expressão insonhável. O doente, na alteração clínica, diagnosticou equivocada moléstia e terapia. A recuperação, na achada, assistiu-se meteórica. O vidente, na infelicidade, viu-se acidentado. A morte, no ardil, achou lugar. O senil resistiu por bons anos. O enxerido, no ínterim, andou putrefato. A morte, no achaque ou tempo, falta em professar fila. Sensatos juízos, no arrojado, convêm resguardar no reservado.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://lounge.obviousmag.org/

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