Translate

domingo, 31 de janeiro de 2016

O cotejado alvo


A residente, na enviuvada senhora moça, caía na fortuna. A casa, criação, poupança, terra e veículo (novo) incidiam na riqueza. O cônjuge, no excessivo esforço da faina, contraiu achaque e morte. A solidão, na deficiência afetiva, açoitou íntimo. O choro, em semanas, calhava pela morada. A condição civil, de descompromissada e disponível, despertou atenção e interesse. A condição financeira, em achegada ao benefício e pensionista, avigorou caça dos oportunistas. O cômodo par, no aforado, alertou arrojados e desonestos. Os caçadores, em desamparadas, assumiram “aparências de mutuca” (em bailados da melhor idade). Os estranhos, em apartados e solteirões, ensejaram conversas e olhares. As propostas, no ativo ou velado, afluíram na “maior cara de pau”. A solitária, no modesto tempo, avultou afeição, associação e proteção. O elegido, no auto do falecido, circulou nas linhas e vias. O defunto, na cova, debelou mudado de bruços. O ente, na extensão de posses, acha-se ansiado e cotejado.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.internetar.com/
The house of Mark Zuckerberg.
Imagem meramente ilustrativa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário