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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O chamado animal


O guaipeca (cachorro), acostumado com o dono, não cessava de uivar. Este, nas caladas da noite, clama pelo senhor. A saudade, após a partida, acirra instintos e machuca o íntimo!
A senhora, no sabor do frio de inverno, estendeu uma velha blusa. A peça, no aroma, ostenta o cheiro do finado. O parceiro, da singela doação, acalmou-se com o modesto alento!
O perecimento sucedeu-se a bons meses! O animal continua a vã procura! Ele, de forma criteriosa, preocupa-se em ser companhia a enlutada e enviuvada senhora!
A guarda dos bens mostra-se outra nobre função canina. As saudades, nos dias sucessivos, reforçam-se nos cheiros e lembranças! O bicho aspira ao retorno do chefe!
Uns animais, em função da extrema afinidade e sensibilidade, faltam somente falar! As virtuosas pessoas, na derradeira viagem, deixam infindáveis saudades e profundas lacunas!

                                                                                             Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://todomundoacha.blogspot.com.br

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