Translate

domingo, 8 de setembro de 2013

O extremo azar


O morador, numa periferia urbana, ganhava a cada noite uma inconveniente visita. O cão, tomado pela sarna, vinha procurar abrigo e proteção na casa!
Algum tapete, estendido diante do hall de entrada, revelava-se o local próprio do descanso e pernoite. A esposa, diante, do cheiro e sujeira, vivia a reclamar da situação!
O proprietário, numa certa manhã, procurou fazer aquela surpresa. Este, na porta dos fundos, saiu de surdina!  
Este, contornando a residência pela lateral, procurou apanhar o indefeso animal! Algum cochilo certamente permitiria dar-lhe uma surpresa maior!
O cidadão, num dia de mau humor (em função de algum vento norte), procurou dar uma bela e especial lição de vida. Aquela de jamais aparecer e esquecer!
A punição, no descuido animal, consistiu na tentativa de dar um certeiro e violento chute. A ação, efetuada com força e pressa, errou em cheio o alvo!
O fulano acertou uma ponta do degrau da escada. Os gemidos e gritarias revelaram-se do autor da façanha. A dor e raiva viram-se impensados!
O alvo tinha sido errado em função do próprio prejuízo! O feitiço havia virado contra o próprio feiticeiro! A caça havia dado uma lição ao caçador!
O guaipeca safou-se da agressão e do acerto de contas. O resultado consistiu no pé quebrado e trincado! Um dispêndio e sofrimento ímpar sucederam por semanas!
Os ágeis e astutos, com facilidade, safam-se dos lerdos e morosos. As tocaias, nalgum momento, vitimam os próprios idealizadores. A excessiva raiva costuma originar posteriores arrependimentos e transtornos!
                                                                                             
   Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.ancorador.com.br/casa-familia/dicas-decorar-entrada-casa

Nenhum comentário:

Postar um comentário