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domingo, 18 de agosto de 2013

O enterrado urubu


Um morador, em função das restritas dimensões, resolveu fazer um puchado na residência colonial. A obra tomou vulto nos horários intercalados ao trabalho semanal!
O cidadão, como improvisado construtor, colocou mãos a obra. As serradas madeiras conheceram uma função nobre e útil. A família, feliz com o aumento dos espaços, viu-se abrigada, confortada e segura!
O problema, por infindáveis semanas e intermináveis meses, revelou-se a questão do telhado. As telhas viram-se continuamente atrasadas e postergadas na sua colocação!
Alguma lona, como improvisada cobertura (nos dias chuvosos e frios do inverno sulino), serviu de telhado. O provisório assumiu cedo ares da aparência do definitivo!
As conversas e discursos, como justificativa ao desleixo, relacionava-se as comuns e ocasionais precipitações. Elas, nos finais de semana, acabariam inviabilizando os trabalhos!
O dono e trabalhador, com as frequentes precipitações, acreditava “estar enterrado algum azarado e finado urubu”. Os empecilhos, no maior azar, decorriam de alguma energia ou espírito retrógrado e sobrenatural!    
As coitadas e infelizes aves, esfomeados, perseguidas e repugnadas, assumiam as impróprias culpas e desculpas! Algo maior precisou justificar a causa do fracasso e inércia!
A verdade, no detalhe, ligava a carência e má gerência monetária! A desculpa empregada como singela justificativa à consciência!
Os braços e pernas fraquejam na proporção da escassa vontade. Alguns vivem com as costas largas e ouvidos surrados! “Em casa de ferreiro, espeto ostenta-se de pau!”

                                                                                   Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências” 

Crédito da imagem:http://imagensgratis.com.br/urubu/3

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