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domingo, 18 de agosto de 2013

O volumoso trabalho insano


Um cidadão, como celibatário e religioso, mantinha um singelo passatempo. Este, como paixão e satisfação, criou da mania uma ímpar obra!
O fulano, numa existência dedicada as letras, adorava leituras. Ele, nos horários de folga, mantinha alguma publicação a mão! Um livro após outro era analisado e degustado!
As grandes produções literárias viam-se conhecidas e estudadas. Algum resumo, para posteriores reminiscências, via-se criteriosamente escrito e guardado!
O modesto trabalho relacionava-se as resenhas. Cada obra, como hábito e mania, ganhava o resumo. A tradicional ficha de leitura, outrora muito em voga, era redigida!  
O leitor, numa singela existência, superou as dez mil resenhas. Um fantástico e monstruoso estudo! O exemplo de qualquer pacato cidadão poder realizar ímpar façanha!
O infortúnio, com os anos e a idade, abateu-se sobre o dedicado estudioso. Os responsáveis, pela administração do espólio, ficaram no tremendo dilema!
Este consistiu: Quê fazer com essa montanha de apontamentos e registros? Uma inutilidade aos herdeiros! O destino, como lixo, revelou-se a sucata de papéis!
Um trabalho insano, de anos e décadas, direcionado à destruição. O indivíduo, na existência, alimenta alguma paixão e passatempo! O dinheiro e tempo canalizam-se ao prazer!
Alguns legados assumem a recompensa do ônus! As letras e palavras, com razão de eternizar, procuram registrar as grandiosidades das realizações humanas! Os gostos de um não são necessariamente os sabores de outrem!

                                                                                            Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.saiadolugar.com.br

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