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quinta-feira, 4 de julho de 2013

A vã promessa


O morador, para ampliar uma reforma, compra alguns metros de areia. O produto, descarregado numa calçada da rua, precisa ser removido com urgência.
Este, na prática, necessita ser levado terreno adentro! O proprietário, com assumidas obrigações, carece de tempo. A espera, até o desfecho da semana, parece deveras demorada.
Um cidadão, noutra rua, pede um “bico” (trabalho provisório). Ele precisa ganhar algum trocado para sustentar a família. Este chega a apelar à alheia consideração e gentileza! 
O trabalhador, em meio ao acerto, estabelece o horário da jornada. Ele, com mãos unidas em oração, jura confiança e crédito para antecipar alguma soma.
O contratado, com mil justificativas, explica o adiantamento. As crianças carecem do leite. A mesa mostra-se parca. Os produtos básicos encontrar-se-iam em falta...
O cidadão, a contragosto, cede diante dos apelos. O camarada merece um singelo crédito. A vida encontra-se nada fácil! Os menores não têm culpa dos paternos infortúnios!
O curioso ocorre com o estranho comportamento. O camarada, na primeira oportunidade, sumiu simplesmente. As palavras de apelo mantiveram-se uma ladainha!
O malandro, para surpresa, apareceu em dias posteriores. A areia para sua surpresa tinha sido carregada moradia adentro (pelo próprio comprador da carga)! Outros valores dados como doação ou promessas!
As pessoas, por dinheiro, improvisam ladainhas e tragédias. O crédito, na antecipada remuneração do trabalho, revela-se costumeiramente alguma falácia e lorota. O cidadão honesto carece de jurar e prometer o irrealizável!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.mundogump.com.br

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