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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Os flagelos familiares


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    Uma sina desnorteadora, ao longo das décadas de colonização, abate-se sobre as famílias teuto-brasileiras. Um assunto evitado nas conversas informais, porém comentado as “quatro paredes” no contexto dos vitimados. Pouquíssimas clãs, ao longo da história, desconheceram a desgraça, que abateu-se de forma imprevista e repentina sem deixar maiores avisos e recados. Refiro-me aos suicídios por enforcamentos, que foram muitos em todas as localidades e paragens da descendência teuta.
     Diversas são as abordagens quando fala-se da obsessão dos suicidas pela ideia. Estes, a um bom tempo, vislumbram os lugares próprios do ato, assim como providenciam o material. Costumam processar o ato dentro da casa, pátio ou mato próximo quando familiares dão algum “cochilo” (descuido). Fica daí a pergunta crucial: por quê? Imagina-se respostas como aborrecimentos, depressão, excessos de trabalho, problemas de saúde... Os suicidas adquirem uma monotonia da existência, quando simplesmente preferem “retornar aos lugares de origem da natureza”. Alguns sentem-se chamados por algum ancestral ou pessoa muito próxima das relações em vida. Idosos, depois de uma vida de intenso trabalho como filosofia de vida, sentem a invalidez, no que rejeitam de forma categórica, a inutilidade. Alegam não conseguir passar o tempo e a morte é o epílogo final de uma sina. Daí cada cabeça uma sentença.
     O ato comum consiste no enforcamento! Qualquer metro de corda pode concretizar o ato derradeiro. Há coisa sucede-se com famílias de histórico de suicidas, quando membros tomam o idêntico caminho. Criou-se, pela memória oral, uma lenda com relação às ocorrências. Versa o título: “-Três dias de vento norte interruptos algum alemão louco enforca-se pelas colônias”. O histórico, ao longo dos diversos vales de instalação maior do elemento teuto, confirmam a sina. A indisposição, como dores de cabeça, insônias, problemas de consciência, saúde abaladas, reforçam a pré-disposição. O curioso, no final dos fatos, das pessoas darem-se o idêntico destino aos animais, quando estes, numa propriedade colonial, sofrerem acidentes ou doenças incuráveis, o sacrifício do dono!
     Queira Deus! Que outros flagelos sejam redimensionados, porém qualquer descendente, conhecendo a mentalidade do modo de vida germânico, sabe da atitude radical. Cabe-nos querer entender para evitar o pior e reorientar as novas gerações para uma postura diversa.

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://novotempo.com/lugardepaz/files/2010/11/forca5.jpg

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