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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O malfadado pano

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O colonial, nas dificuldades de toda ordem, “comeu pão que o diabo amassou”. O trabalho massivo, na tenra idade, advinha em obsessão familiar. O estudo, em bancos escolares, consistiu em parcos anos. A paixão, na mecânica, tomou ares de curso e ofício. A migração, no campo-cidade, forçou viver nas carências e economias. O aluguel e subsistência, no baixo ganho, absorveu fatia (maior) do salário. O acúmulo, no suplemento de horas (extras e “bicos”), reforçou rendas e sobras. A casa e terreno, em década, viram-se adquiridas e erguidas. O matrimônio, na bênção, sucedeu na única filha. A realização pessoal, no orgulho, acorria na alegria e apreço. O tempo, na família, delineou deprimida sina. A filha e genro, na aparição do neto, adonaram-se do espaço (na concordância da mulher). O fulano, no próprio recinto, acudiu em “estorvo e resto”. A conduta, em síntese, descreve analogia no “pano-de-chão”. O laborioso, no atarefado da produção, esquece-se de impor autoridade e vontade.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://radio93.com.br/

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