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terça-feira, 12 de julho de 2016

O abonado doente


O paciente, na moléstia, tratou de buscar recursos e remédios. Os tratamentos, no variado, tomaram clínicas e prontos-socorros. A circunstância, nas perspectivas de cura, arrastou-se nas delongas e promissões. O dinheiro, no amontoado da vivência, foi empregado nas soluções (medicinais). O tempo, no oneroso, geriu no gasto. O doente, na sensata altura, ficou na indigência. A natureza, na abstração da ingerência (cura), transcorreu no desígnio da circunstância. O resignado, na carência de grana, faleceu no abreviado tempo. A medicina, na aflição e extinção, cai em admirável comércio. O mérito médico, na obra, subsiste na extensão dos recursos. O sujeito, na doença, é largado na penúria. O fulano, no juízo, confia em meio ao receio. Os profissionais, na longevidade, carecem em ser exemplo. O modesto e saudável, na aspereza do sustento, delineia bem-estar e tempo. O artificial e luxo, no inativo, precipitam doença e morte. A existência, na ajustada época, acorre em “limite do sopro”.

Guido Lang
        “Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://unicastelo.br/

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