Translate

segunda-feira, 4 de julho de 2016

A recíproca traição


A senhora, no contexto de crise, precisou granjear ganhos. Os gastos, no apinhado urbano, caíam em fiéis carências e consumos. A saída, na facilidade da difusão, foi “constituir ofício íntimo”. Os programas, no agendado do celular, acorriam no sensato espaço. O motel, no discreto e seguro, viu-se no uso da arte. O escamoteado, em clientes elegidos no dedo, ocorria na frequência e tempo. O dinheiro, no feitio de ligeiro e simples, sobrevinha na definida receita. A notoriedade, no “comércio do corpo”, excedeu acolhida. O sensato sujeito, em novo cliente, ajustou massagem. O encontro, no horário e local, assumiu ato. A admiração, na concretização do serviço, foi de “fazer cair o queixo”. O freguês, no acidental, tratou-se do próprio marido. O casal, na recíproca traição, versou em afinal união. O casal, no idêntico teto, desconhecia as mútuas ações análogas e dúbias. A vivência, no imprevisto instante, crava ingrato artifício e ocorrência. O capeta, na conjuntura melindrosa, insere atuação e fuxico.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://casamentoprotegido.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário