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sábado, 5 de março de 2016

A irrealizável petição


O sujeito, na florescida idade, aparou na agonia e rogação. A vida, no temerário mercador e político, afluiu no cartaz e honra. A riqueza, na subtração dos humildes, consistiu avultada nos bilhões. Os imóveis, em edifícios e terras, espalharam-se pelas esquinas. As cátedras, na hierarquia estatal, foram conquistadas nas urnas. As firmas, em cifras várias, jazeram constituídas. A reputação, nas longínquas paragens, achegou-se da eficaz chefia e gerência. As pessoas, na afeição ou aversão, eram ferrenhos adeptos ou rivais. O camarada, no desfecho da essência, precisou abonar obras. A morte, na aflição e martírio, “dava os ares”. O ser, na doença e lesado, requeria em ser enterrado vivo. O autoextermínio, na fraqueza, acorria na impossibilidade. Os próximos, em auxiliares, torciam pelo desenlace final (no fado). O fato, na lição, expõe fugacidade das arrogâncias e fortunas. A pessoa, na seara, colhe o amanhado. As maldades, na cota das receitas, acertam na usual dolorosa morte.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://medob.blogspot.com.br/2011/01/taphofobia-medo-de-ser-enterrado-vivo.html

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