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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O sucessivo achego


A galinha, na aflição da bulimia, achegou-se na criação e pátio. A surpresa, na ninhada da dúzia de pintos, acorreu na admiração e prodígio. A choca, na caipira, nutria intuição arredia e meditada. O receio, na adversidade, caía na autopreservação. A supervivência, em brejos, gramados e lavouras, exigia astúcia e prudência. Os inimigos, na tocaia das eraras, lagartos e raposas, ajustavam no sítio. A fome, no chegado, conduziu na paulatina e vagarosa aproximação. Os cochos, no apinhado do farelo, milho (moído) e ração, afluíam no convite. O criador, na manha da domesticação, advinha no chamarisco. A saída, no simples e utilitário, tornou-se forçosa. O contratempo, no convívio dos humanos, acudia no temor de “empacar na panela”. O conto, em briosos galos, ouviu-se em histórias e mentiras. O caso assinala: “Sê fica, o bicho pega; sê foge, o bicho come”. A aflição, na indigência, induz na avaliação do princípio. As pessoas, na extensão da grana e miséria, achegam-se aos aforados e eldorados.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://pt.euronews.com/

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