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domingo, 14 de fevereiro de 2016

O par de tragos


O agricultor, no ambiente da casa e trabalho, revolvia-se na agonia e flagelo. A azia, na ardente acidez do estômago, acorria na dificuldade e infortúnio. Os exames e tratamentos, no preconizado das modernas soluções da medicina, acudiam na despesa e inércia. A descortesia, na inicial aparência, caía no crônico e receio. O encanecido amigo, no recinto da venda (mercearia), escutou discorrer do açoite do comparte. A visita, no ensejo da recomendação (inspirado nos antigos), abonou alívio e saída. O gole, no especial em jejum (matutino), sucedia na “caninha pura” (destilada da cana). Outro trago, na deglutição da soneira, complementou receita e remédio. A sequela, na contraindicação clínica, apareceu prodigiosa solução. A gastrite, em parcos dias, deu graças da completa cura. O dilema, na homérica eficácia da vontade, incidia em ficar no exclusivo par de goles. O simples, no desconhecimento dos alívios, assume ares de amargura e incurável. A ciência, no empírico, abriga apurada utilidade.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.meninabar.com/

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