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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A ambígua explicação


O amancebado, na afeição dos vícios, relegou casa e mulher. A cama e mesa, no farto, afluíram na aventura e despesa. Os ouvidos, na ladainha (feminina), demandaram folga e tempo. A sicrana, na falta da associação e feição, saltou aos bizarros olhares. As concorrências, na perspectiva do usufruto, desdobraram atenções e interesses. A senhora moça, no benefício e pensão, acorre no disponível e tempo. O exercício físico, no excesso de peso, assume cuidado no esqueleto. A caminhada, na estrada geral, calha no usual horário e trajeto. A ocorrência, na leitura da escassa chance, incide no adereço dos impulsos e manhas. A carência afetiva, no acobertado cio, plagiaria na cilada das fêmeas. A chamada, no acolhimento dos gozos, adotaria rumo dos varões. O comentário, na autoria do enciumado, circula no ambiente (social). As pessoas, nas insinuações, plagiam astúcias e pretensões. “O sujeito, na existência de cobertura de vidro, abjura em atirar pedra nos alheios tetos”.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.soubarato.com.br/
Imagem meramente ilustrativa.

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