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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A estranha insônia


O convívio, na rotina do casamento, acontecia no diário. O esposo, na aposentadoria, incidia em pessoa afável e caseira. As andanças, no ofício de motorista, enfadaram no risco das estradas. A companhia, no desfecho da existência, caía na devotada presença. O casal, na extensão dos tempos, retribuía usual associação e cuidado. A esposa, na mania do marido, ensaiou implicância. A circulação, na entrada e saída da casa, acontecia no calçado sujo. O clamor, no descuido, advinha no afazer. O artifício, na sensata feita, incorreu na ressalva. A parceira, no bom humor, falseou em estender queixa. O cônjuge, no fraquejo da cara metade, sucedeu na inquietação. O sujeito, na meditação do berço, experimentou insônia. A falta, na lamúria, incorria na acobertada ansiedade. O fato, na essência, retrata a alma humana. As pessoas, no precoce tempo, afeiçoam-se e ajustam-se as condições. Indivíduos, no ócio, advêm em malfadados juízos. Os Homens, no artifício e instinto, conferem-se animais maleáveis.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.revistaclass.com.br/

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