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sábado, 27 de dezembro de 2014

A expressa recomendação


Os filhos das colônias, nos laços de sangue, conhecem-se nas origens. Velhas disputas abriram e deixaram estigmas no tempo. A memória oral trata de manter vivo ocorrências. As histórias, na carência de cair nos idênticos ambíguos, servem de aula e narrativa.
A dita-cuja, na condição de ostentar única filha, exteriorizou espécie de testamento. A sugestão, na adiantada idade, arrolou-se ao tradicional domínio rural. O domicílio, instalações e solos, no dia da ausência, precisaria de destinação e proveito.
A herdeira, na condição de habitante da cidade, apresenta desapego pela continuação. A propriedade, na sensata estação, cai “nas estranhas mãos”. O imóvel acabará disponível no comércio. A gente nova, no curso das migrações, aconchega-se e esvai-se pelos ambientes.
O conselho expresso, ao sobrinho e vizinho, versa em jamais vender o rancho. O adjunto promoveria a junção das propriedades. As concorrências, nas décadas de coexistência, aferraram ciúmes e pendências. As rixas, em velhas heranças, ousam desafiar no tempo.
O êxito, em meio a aparentados, amola na concorrência. A cobiça acentua-se na proporção da camaradagem e laços de sangue. As antigas disputas impossibilitam a junção da riqueza original. As terras, na afeição ao domínio e morada, revelam-se ardor do residente rural.
Certeiros buchichos, nas contendas, transcorrem há gerações. Os acontecidos podem ser anistiados e referidos, contudo nunca esquecidos e ignorados.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: www.jales.net.br

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