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domingo, 15 de junho de 2014

Os segredos do lixo


Os vizinhos, no comum das realidades urbanas, convivem no distanciamento. As relações, no acidental, verificam-se nos escassos cumprimentos e fortuitas palavras!
Os moradores procuram seguir a vida. Alguns, a princípio, ignoram detalhes dos outros. Cercados, nas grades e muros, isolam prédios! Fechado traduz discrição e indiferença!
Os vizinhos, em três oportunidades semanais, largam lixo residencial. O espaço, na lixeira, vê-se compartilhado. Os descartes, nos restos, descrevem o modo de subsistência!
Os materiais possibilitam a leitura dos consumos. A minúcia, no rejeite, liga-se ao número de garrafas. Os invólucros, na habitual pinga, denunciam saliente ingestão!
O próximo, no cochilo, expõem as dificuldades de alcoolismo. O achaque refletiu-se inclusive na desunião matrimonial. O descontrole acirra-se na intensidade e rotina!
Imundícies, ao perito, delineiam informações. Intrigas e reservas, na circunvizinhança, integram as vivências. Acidentes espelham dados do comportamento e subconsciente!
As pessoas, no sentido implícito, descrevem crenças e valores. A perfeita discrição iguala-se a doce Ilusão!
                                                         
Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.clasf.com.br/q/garrafas-vazias-de-absolut-red-label-black-label/

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