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domingo, 13 de abril de 2014

O indigesto conselho


O guri, na tenra idade, alcançou o sonho de consumo. A moto levou a criar “asas” entre ruas e veículos. As distâncias tornaram-se detalhe nas idas e vindas dos deslocamentos!
O vizinho, no carro recém batido, ouviu indigesto conselho: “- Compra uma moto no valor do conserto”. O jovem, na ingenuidade, quis “ensinar o padre a rezar missa”!
O proprietário, no prejuízo, almejou distância de recomendações. O fulano, sem floreios e rodeios, retrucou resposta. A oportunidade de ficar quieto teria sido melhor receita!
O comentário, na velada grosseria, externou: “- Compra moto e aproveita para fazer o seguro do caixão”. O modesto moço, na indigesta resposta, procurou silenciar!
Os motoqueiros vêem-se confiantes e ousados. Os condutores, nas fileiras dos parados veículos, conduzem ágeis máquinas. O eventual encosto, na velocidade, vê-se dolorosa batida!
As dianteiras, nas sinaleiras, costumam ser tomadas de afobação. Semáforos, no abrir e fechar, significam disparada na direção do próximo obstáculo. O mundo vê-se sobre rodas!
O silogismo ostenta-se parcial verdade. O trânsito, nos grandes centros, retrata o espírito das neuroses. Os centímetros conhecem a invasão dos audazes motoqueiros!
O “salve-se quem puder”, na infindável pressa, ostenta-se rotineira sina. As estradas, nos contemporâneos tempos, tornaram-se os espaços dos extermínios coletivos!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://ultradownloads.com.br/busca/entardecer/2,,,,,11,2,.html

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