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sábado, 23 de novembro de 2013

A ideia do quinhão


O apetitoso buffet estendia-se pelo centro comunitário. O jantar baile prometia bebedeira, comilança, dança e música! Uma maneira de devassar os estresses e neuroses!
O cardápio, regado a carnes e saladas, mantinha-se convidativo e saboroso. As saladas, na base da alface, maionese, repolho e tomate, levaram o melhor dos comentários!
Uma senhora, em  meio a fila de servir, externou o alarde: “- As alfaces e tomates encontram-se repletos de venenos! Um perigo ao consumo e saúde. Vou deixar de servir?”
A amiga, de imediato, cutucou “a escandalosa”. O alerta consistiu: “- Fulana! Fica quieto! Meu marido vende os agrotóxicos”. A fulana avermelhou e silenciou diante do aviso!
O temor havia na rejeição dos artigos. A consequente diminuição das vendas significaria “prejuízo no bolso”! A sobrevivência exige a progressiva elevação dos ganhos!
A ideia disseminava consiste: “ Os próximos, diante das possibilidades de lucro, podem detonar ou implodir! Pouco me importa! O importante consiste em eu ganhar meu quinhão”!
O bom senso, diante da ganância do comércio, contrasta com a necessidade das reais aplicações. As milhares de toneladas, antes do previsto, deságuam nos córregos e rios!
A civilização, como culto a ciência, incorre na desenfreada e propagada loucura do auto-envenenamento. O dinheiro, na cobiça e ganância, instala e vende os germes da morte!

                                                                         Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agrotóxico

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