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domingo, 16 de junho de 2013

Cornos


Dois velhos conhecidos, em determinado horário, encontravam-se diariamente no armazém. O encontro, no desfecho do dia, tornou-se um aparente vício. O horário achegava-se e precisava estar no ponto!
Os muitos parceiros, para o costumeiro aperitivo, afluíam às dezenas. As conversas e fofocas, sucedidos no dia, corriam amplas e soltas. Os frequentadores falavam de todos e tudo! As notícias não comentadas certamente careceram de ocorrer!
As implicâncias, como brincadeiras e gozações, sucediam-se com frequência e rotina. O beltrano e fulano, velhos parceiros, desentenderam-se numa certa ocasião! A cachaça, entre os inúmeros martelinhos, tinha-lhes subido a cabeça e abrido os falatórios!
O beltrano, com razão de ofender o desafeto, explanou: “- Tu fulano! Quê tu queres falar! Revelas-te um tremendo corno!” Este, a um bom tempo, sabia das traições da esposa!
O cidadão, no idêntico tom e grosseria, rebateu a gentileza: “- Beltrano! Nós então somos uns tremendos cornos!” O primeiro desconhecia a traição da sua cara metade. O pessoal, a um bom tempo, conhecia já também e sabia das aventuras da sicrana.
O primeiro foi à loucura. Este era outro corno e não sabia! A desestruturação familiar, em função das bebedeiras, revela-se um problema social. As bebidas, nas engrenagens econômicas, envolvem interesses e negócios milionários.
Os cornos costumam ser os últimos a saber da sua sina. As pessoas tem o hábito de falar-se os acontecidos e sucedidos. As conversas de armazém abrangem todo tipo de conversação imaginada e inimaginável!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”


Crédito da imagem: http://fenix-under.blogspot.com.br

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