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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Os velados acordos


O aposentado, como passatempo, necessitara inventar alguma ocupação. O manejo da terra, no terreno, constituiu-se numa tarefa. Uma maneira de manter ativo o vigor!
Um amontoado de espécies, como filho das colônias, ganhara plantação e produção. As primeiras horas matinais, em função do baixo sol, eram dedicadas ao trabalho!
Os produtos, com frescor e vigor, mantinham-se ao consumo familiar. Os artigos, alheios aos venenos, puderam ser ingeridos com coragem e prazer!
A abundância, para evitar desperdícios, consistiu em fazer doações! Amigos e vizinhos, em ocasionais sacoladas, viram-se presenteados. Outro prazer havia em simplesmente dar!
O especial vizinho, dono de mercado, incluiu-se entre os beneficiários. Este, numa oportunidade, ganhou as graúdas abobrinhas. Elas seriam restritas ao autoconsumo!
O esperto, no tradicional tino comercial, extrapolou a regra. As unidades, antes do previsto, ganharam a prateleira das verduras. A mercadoria seria outro mero negócio!
O reconhecimento, num assombro, levou a perda do cliente e doações. A confiança havia sido traída. O senhor doador careceu até de frequentar o estabelecimento!
Os velados acordos, como pré-combinados, precisam ser cumpridos a risca. A excessiva esperteza, em restritos momentos, prejudica mais do que auxilia!

                                                                              Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Abóbora

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