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domingo, 1 de dezembro de 2013

O mercado persa


O camarada, depois de certa idade, pensa ter visto tudo. O fato revela-se uma bela e doce ilusão. Alguns gestos e situações, pela coragem e inovação, surpreendem até o veterano!
Uma cena, esdrúxula e rara, sucede-se na estrada colonial. Dois moradores, apressados na era global, dirigem as econômicas motos (na direção do comércio da cidade).
Os motoristas, paralelos à direção, estabelecem animada conversação. A oportunidade, como improvisados mascates, define alguma transação!
A mercadoria, na silvicultura, revela-se compra e venda de madeira em metro. O produto, base na fabricação do carvão vegetal, mantém-se avaliado e procurado no mercado!
A pressa, sinônimo de dinheiro, achegou-se no interior! Os moradores, a semelhança das cidades, desdobram-se em correr. As contas pressionam nos crediários e financeiras!
O desenfreado consumo, com ilimitados desejos e necessidades, deixa adoidado e afobado os consumidores. Estes, como felicidade, atualizam-se e entopem-se de artigos!
O tempo, a conversação e curtição, vê-se escasso. A filosofia consiste em ostentar e ter. O descarte e eliminação, antes do previsto, tomam conta do amontoado de excessos!
O mundo, até nos cubículos e grotas, tornou-se um imenso e tremendo mercado persa.  A agitação e pressa ostenta-se exagerada sob o temor de consumir e viver pouco!

                                                                                  Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://serconsumista.zip.net

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