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domingo, 22 de dezembro de 2013

A data de validade


Os irmãos festejaram o aniversário do beltrano. Os familiares, entre filhos, noras, netos e sobrinhos, afluíram ao evento. A distração fora de jogar conversa fora!
Aquela churrasqueada, regada a bebedeira, saladas e som, complementou o evento. O detalhe, com a adoentada matriarca, sucedeu-se no proposital esquecimento!
A senhora, através da estranha fala, ficou sabendo da ímpar confraternização e reunião. O espanto, diante da ausência de convite, revelou-se uma choradeira e lamúria!
A realidade dos fatos, como matriarca, parecia inacreditar no procedimento. Os seres, em maior consideração e confiança (na avançada idade), viam-se ainda os próprios filhos!
A anciã, na tristeza, externou: “- O pessoal, na chácara, promoveu o aniversário do beltrano! A turma, na ocasião, excluiu-me da reunião familiar!”
A decepção, com os outrora mimados rebentos, fez cair o queixo. Como poderiam ter feito tamanha afronta? A questão, com fratura, revelou-se empecilho em carregar ao lugar!
Os pais, como anciões em situações, vêm-se empecilho e sobra nas decisões. O conflito de gerações, em função de diferenças, instala-se nas convivências e relações! 
O indivíduo, na transitoriedade, ostenta certa data de validade. A cabeça, numa altura, quer, porém o corpo fraqueja! O futuro, numa velada faxina, encaminha triste sina!
As doenças, nalgum momento, avolumam-se no horizonte da existência. Algumas realidades cortam o coração, porém diante das limitações não tem o que fazer!

Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://glaucotavares.blogspot.com.br

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