Translate

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O tardio arrependimento


Um lugarejo, recém emancipado, mantinha-se historicamente calmo e seguro. Os naturais, ocupados na agricultura familiar de subsistência, viviam despreocupados e serenos!
Algumas empresas familiares complementaram empregos e rendas. As condições de vida, dentro das estatísticas nacionais, apresentavam-se confortáveis e elevadas!
O município, numa administração, atraiu um grande empreendimento industrial. Os incentivos, como premiação à instalação, revelaram-se irrecusáveis como oferta!
Os retornos, em impostos e urbanização, seriam grandes. O dinheiro permitiria ampliar e melhor a infraestrutura.  As esperanças e promessas da valorização imobiliária somaram-se!
A empresa obrigou a importação maciça de mão de obra! Ônibus e vãs, de longas distâncias, traziam forasteiros e trabalhadores. Outros cedo improvisaram casebres e vilas!
O pacato lugarejo, da noite ao dia, viu-se inchado de gente. O município, na questão criminalidade e insegurança, assumiu índices assustadores e inovadores!
“Qualquer chinelo, deixado porta afora, via-se surrupiado na calada da noite”. Os benefícios, em retornos, ficaram longe dos aborrecimentos, perigos e temores!
O velado arrependimento tomou forma entre os naturais. Por que ter trazido àquela inconveniência? O excesso de bem estar e conforto leva cedo a arrumar alguma sarna!
O progresso, em excesso, gera insegurança e ônus. Algumas modernidades, em função dos aborrecimentos vãos e incômodos cheiros, revela-se sábio manter distantes das instalações e residências. Os inços, em meio às morosas culturas e lavouras, predominam e sufocam antes do esperado e previsto!

                                                                                    Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.downloadswallpapers.com/papel-de-parede/fumaca-na-escuridao-18120.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário