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sábado, 6 de julho de 2013

O movimento das aparências


Um morador, na época do lugarejo ser um pacato distrito, acabou escolhido como subprefeito. Um honroso cargo, junto aos locais, como reformador das vias!
As estradas, com as chuvas de inverno, cedo viram-se esburacadas e lavadas. Buracos e rochas sucediam-se no leito da circulação.
O maquinário, num comboio de caminhões, patrolas e retroescavadeiras, adveio ao interior. Estes, em centenas de cargas, carregaram e espalharam cascalho e saibro (duma localidade a outra).
O trabalho, em síntese, consistia: “- Levar terra da segunda a primeira e, em seguida, da primeira à segunda”. O percurso, de uns trinta quilômetros, gerou enormes dispêndios!
O bom senso seria carregar e espalhar o material das respectivas comunidades. A quilometragem seria diminuta e o trabalho renderia bem mais!
Um contribuinte, diante do esdrúxulo desperdício, perguntou ao administrador do impróprio comportamento. Este, num momento, vacilou, porém respondeu!
O subprefeito, sem floreios e rodeios, disse: “- Precisa-se, diante do conjunto de moradores, aparentar o movimento de máquinas e trabalho!“
O resultado dobrou os dispêndios dos cofres públicos. Alguns espertalhões ganharam comissões! Os contribuintes, como tradicionais trouxas, custearam os onerosos serviços!
Certas histórias, pela anomalia, perpassam o relato de administrações e gerações. Dinheiro desonesto e fácil costuma cedo safar-se dos malandros. A coerência e honestidade permitem as boas referências e serenidade no travesseiro!
                                                                                    
Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

 Obs.: História narrada por Lothário Dickel/Teutônia/RS.

Crédito da imagem: http://cidaderiodejaneiro.olx.com.br

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