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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os fantasmas do cemitério



Um medroso assalariado, nas penumbras das manhãs, dirigia-se ao local do trabalho. A vizinhança, diante do despertar da cachorrada, via-o caminhando pela estrada geral.
A função, junto ao transportador, consistia em recolher leite (nos inúmeras tambos das propriedades coloniais). Ele, nas suas idas e vindas, passava defronte ao cemitério comunitário.
Três malandros, conhecedores do hábito matinal, resolveram aprontar mais umas das suas muitas e variadas peças. Estes, com um lençol branco estendido sobre as cabeças e corpos, deram-se ao trabalho de aguardar o fulano.
Este, na achegada em meio ao chão batido, deparou-se com aquele estranho e ímpar vulto. O susto e temor, de imediato, abateu-se sobre o ser. Algum fantasma, como finado ente (saindo dentre os muitos jazigos), assustou-lhe deveras. O camarada, por um momento, parecia estático!
Os três, no ato e debaixo do pano, saíram cemitério afora. O indivíduo, no ínterim, ameaçou ajuntar uns bons e graúdos cascalhos (como arma e defesa). Os improvisados fantasmas, com as eventuais pedradas, igualmente ficaram em pânico. Eles, como um raio, correram adoidados e desnorteados.
A vítima, na prática, recolheu unicamente suas havaianas (com razão de poder correr melhor). Resultado: Os quatro elementos meteram-se em apuros e sustos. As pernadas, diante do repentino esforço e medo, pareciam fraquejar na eficiência e trabalho!
O indivíduo, com seres em apuros e desesperados, desconhece a reação. As histórias, de assombrações e fantasmas, povoam o imaginário popular. Alguns malandros, com as crenças e temores alheios, adoram fazer sua diversão e passatempo.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”



Crédito da imagem: http://gabrieldesaix.blogspot.com.br

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