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quarta-feira, 22 de maio de 2013

A versão dos fatos



Pai e filho, em três esporádicas oportunidades, passaram diante duma tradicional venda. Os forasteiros, acompanhados do legendário burro, iam e vinham dumas visitas.
Diversos moradores, no baralho, compras e conversas, mantiveram-se reunidos no interior do estabelecimento comercial. Estes, num observar do fluxo de passantes, viram o trio circular pela estrada geral.
Alguns, movidos pela curiosidade (tão comum nas colônias), necessitaram externar suas graças e observações. O interessante, nas afirmações, relacionou-se as leituras dos fatos.
Estes, nos três momentos, versaram:
Primeiro: O pai ia montado e o filho conduziu o animal. A opinião consistiu: “Quê pai durão! Ele não tem pena da criança! Pensa só no seu bem estar! Bem que poderia deixar o menino andar!”
Segundo: O filho andou no bicho e o genitor conduziu as rédeas. Opinião: “Quê vai dar com esse jovem? Este, agora já, carece de maior padecimento do pai! Imagina como será na velhice! O genitor certamente acabará esquecido!”
Terceiro: Animal, filho e pai caminharam diante do estabelecimento. Opinião: “Dois burros conduzindo outro burrico! Bem que um dos dois poderia montar no animal! Quê desperdício de pernadas! Aja limitada inteligência nisso!”
As pessoas fazem suas leituras das realidades e situações. O sábio, com pouco interesse nos comentários e falatórios, segue sua rotina e sina. As falas e opiniões, na proporção dos interesses, mudam de direção e discurso.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://semverdades.blogspot.com.br

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