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sexta-feira, 3 de maio de 2013

A discreta lancheria



Um prédio, localizado numa vila de operários, assemelha-se a qualquer outra modesta e singela moradia. Este, de forma esporádica, encontra-se aberta a luz do dia. Uns, como os forasteiros ou visitantes, cedo a identificam como desabitada e vazia no conjunto.
A ímpar ocupação, nas caladas e surpresas das noites, ocorre através duma agitada e intensa vida econômica e social. Inúmeros clientes, sobretudo jovens, afluem de forma ativa (numa “pausada romaria”). O atendimento ocorre através duma discreta e minúscula janelinha. A clientela e frequentadores, saídos de becos e ruelas, assumem ares de estranhos seres (“assemelhados a farrapos ou zumbis humanos!”).
Os moradores, como população e vizinhança em geral, fingem desconhecer ou ignorar o comércio clandestino. Estes, inspirados no lema “de cada qual cuidar da sua vida”, querem distância de aborrecimentos, incomodações e represálias. Uns colaboram, outros temem a ação e influência do poder do tráfico. O dono do ponto, com favores e mimos às famílias, apresenta-se de achegado e boa gente!
O negócio de entorpecentes, a margem das leis, encontra-se disseminado pelos inúmeros ambientes e espaços! A praga social das drogas, através dos desvios da juventude e substituição de valores, encaminha a destruição da civilização! Alguns corajosos e honestos, em nome da solidez das instituições, teriam a insensatez e ousadia “de colocar as cabeças a prêmio”?
O comércio dos “bagulhos” encontra-se minado nos inúmeros ambientes (“tudo dominado!”). Uns muitos, da degradação e destruição humana, extraem o seu “ganha pão”! Outros poucos encaminham seu enriquecimento! Quais os moradores que tratam de brigar/denunciar os seus vizinhos para a autoridade policial? Uns precisam dos outros nos ambientes das favelas e vilas!

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.gitowendel.com

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