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domingo, 2 de dezembro de 2012

Os centavos


Um certo morador, como de rotina, foi a fruteira adquirir seu tradicional abacate, banana, limão, maçã, mamão, tomate... Este tornou-se  um velho conhecido dos comerciantes. Um hábito, comparado aos demais clientes, salientava-se nele. Este nada colocava na balança sem primeiro conhecer/perguntar/vislumbrar os valores das mercadorias/produtos. Ostentava-se chato e metódico neste item.
O indivíduo, no final de determinada compra, alcançou/deu uma graúda nota. A atendente/moça, com escasso troco, mantinha dificuldade de descontar/trocar os cem. Ajuntou notas aqui e acolá; nada de fechar no valor. Precisou unicamente de mais dez centavos para completar a troca. A solução, para não ficar correndo na vizinhança, foi dar o desconto. O senhor cliente, naquele momento, nada falou e manteve-se como satisfeito!
Achegou-se, na semana vindoura, a idêntica compra. Avolumou produtos e foi à balança. Pesou e a atendente, na calculadora, foi acrescentando/somando valores. Pesado e ensacado as mercadorias/produtos, achegou-se a hora do acerto do devido/pagamento. O valor foi tal e o cidadão pediu para somar os devidos (dez centavos). A moça, atendendo inúmeros clientes num único dia, nem mais lembrava-se do fato.
O senhor disse-lhe: “- Aqueles dez centavos, devidos da semana passada, são de vocês. O lucro é a sobrevivência do negócio! Se não o tiverem, fecham! Vocês cerrando as portas, não posso mais comprar? Gosto da qualidade dos serviços! ‘Quem não valoriza os centavos, acaba privado dos reais’. Quê não é da gente, não devemos aspirar! Alegra-me e torço pelo sucesso alheio”. A moça admirou e comentou a honestidade e sinceridade do senhor. Ele, com seu singelo gesto, aumentou o crédito e a estima! Os poucos centavos compraram admiração e consideração!
Singelos atos demonstram a real grandeza de espírito. A confiança e honestidade conquistam-se na transparência dos atos. Um pouco aqui e acolá, no conjunto, somam polpudos valores! Quem equivoca-se com míseras somas, imagina gerenciando vultosas quantidades!

Guido Lang
Livro “Singelas Histórias do Cotidiano da Vida”

Crédito da imagem: http://alemdamargem.blogspot.com.br/2011/11/meus-dois-centavos-sobre-o-assunto.html

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