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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Euforia econômica


A carne e o leite, por alguma oscilação econômica, encontram-se com preço convidativo (aos produtores). O capricho e a dedicação as aves, bovinos e porcos estendem-se pela propriedade. As esperanças, de desta vez “chover na horta do colono”, renovam-se. Os sonhos dos investimentos e reinvestimentos podem tomar vulto (no ambiente familiar e produtivo).
A empolgação cedo agita as colônias. Ousados, vendo  as possibilidade de ganhos, enveredam nos negócios. Reúnem a poupança  Apelam aos financiamentos. Procuram edificar especiais aviários, chiqueiros  e tambos. Adquirem matrizes (de raça). Os preços disparam no cenário colonial. A tradição agrícola, em diversos exemplos, precisa ser aprimorada. Aventureiros “pisam fundo no acelerador” dos negócios primários. Alimentam uma inabalável esperança: “dessa vez vai dar”, “vamos lavar a baia , “forrar a guaiaca”... Os preços elevados, da venda da produção, sustentam-se alguns meses. Uma realidade temporária e daí advém aquela decepção.
Os empreendedores torram suas economias pessoais. Outros complementaram dispêndios com empréstimos. Os preços declinaram com a super-oferta de produtos. Inúmeros produtores, com os preços em conta, aumentaram ou enveredaram nos negócios agrícolas. As ofertas multiplicaram-se. Os produtos, nos mercados, baixaram de preço. Investidores ganharam menos pelos artigos. Inicia a “chiadeira e choradeira” com a diminuição dos ganhos. Carne, carvão, leite, madeira e ovo caíram de cotação. Os encargos, como insumos em geral, mantiveram-se nos patamares. Advém o dilema: Como honrar/salvar as obrigações monetárias? Os juros multiplicaram-se e os preços um marasmo. Uns, antes do imaginado, colocam a venda os estabelecimentos. A precipitação levou ao desastre econômico-financeiro.
Os colonos, na histórica tradição agrícola, assimilaram um princípio básico. Este versa de paulatinamente enveredar em quaisquer negócios. Eles procuram ter distância da afobação e precipitação. Estes conhecem as oscilações entre oferta e procura. Os governos/diversas gestões, diante dos temores da inflação e impopularidade/protestos, não deixam inflacionar os gêneros alimentícios básicos. O poder de barganha, dos investidores rurais, ostentam-se restritos. Algumas necessidades maiores cedo recorrem-se as importações. O malabarismo da viabilidade financeira, duma propriedade de agricultura familiar de subsistência, revela-se uma gestão de eficientes administradores e economistas. “Calma, com algumas doses de galinha, nunca fez mal a ninguém”.
A história, através de amargas experiências, ensina certas realidades aos produtores rurais. A agricultura familiar exige muita contabilidade/ginástica administrativa, caso contrário, não subsiste em função das estreitas margens de lucro. Os coloniais, para manter a viabilidade financeira, pouco contabilizam sua mão de obra. Precaução também é sinônimo de sabedoria.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem:http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/agricultura-organica-e-seguranca-alimentar/agricultura-organica-e-seguranca-alimentar-13.jpg 

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