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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Uma domesticação ímpar


    

     Algumas famílias, ao longo da história da colonização, têm a presença de espécies caixotes que escondem o abrigo de mirins e jatais. Eles, por algum passatempo, viram-se encaixotados quando ostentam-se uma apreciação a mais nos pátios coloniais. Estas abelhas, sem ferrão, vêm-se instaladas nalgum espaço abrigado do vento sul/minuano assim como de fácil observação. Alguns enxames, pela companhia aos moradores, somam-se de décadas de convivência, quando bem abrigados, em caixas de madeira de lei, encontram-se preservados da umidade.
     Os mirins e jatais mantêm uma nobre missão de auxiliar na polinização das flores, no qual as abelhas maiores de ferrão, encontram dificuldades. O escasso volume de mel, de forma esporádica, tem sido extraído a título de curiosidade e produto medicinal. A própolis como instrumento de combate a viroses na proporção de estar preparado em álcool ou cachaça. A cera como instrumento de capturar outros enxames, como garrafas pet cobertas de lona preta, para ampliar o número de colméias.
     O ambiente quente e úmido leva a sua agitação, quando dias inteiros sobrevoam o espaço colonial. Pode-se apreciar, num ínterim das tarefas caseiras, sua labuta, quando, aos humanos, ostentam-se um modelo de organização e trabalho. Diversas comunidades, a título de ornamentação, podem abrigar-se em caixas, madeiras e pedras. Visitas, na primeira oportunidade, costumam externar opiniões ou processar interrogações sobre os minúsculos insetos. Uns, como jatais amarelos, são chamados de “alemãozinhos” em função da sua coloração e espírito de trabalho. Interessados na aquisição do mel como remédio não faltam assim como compradores esporádicos de colméias. A preferências desses insetos recaí sobre a floração do funcho e da salsa, quando as centenas invadem os espaços cultivados.
      Os insetos, no âmbito das colônias, integram o conjunto das singelas maravilhas dos pátios coloniais, no qual somam-se o cultivo de plantas ornamentais. Procuram realizar sua nobre função, da polinização, quando convivem na harmonia com os humanos. A criançada, ao longo da colonização, tem brincado no encaixotamento destas comunidades, quando, em função da ausência de ferrão, são de fácil manejo. Inúmeras são as histórias desta domesticação.
     As energias boas, no ambiente colonial, costumam harmonizar-se na aspiração de um completar a alegria de outrem. Diversidade de vida costuma ser sinônimo de qualidade e riqueza ambiental.
                                                                      
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagem: http://abelhasdobrasil.blogspot.com.br/2012/02/as-lindas-abelhas-jatais.html

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