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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A busca da glória



“Com que pensamento nas suas mentes suporíamos que esta tropa de homens ilustres perdeu a vida pelo bem público? Seria para que o seu nome ficasse restrito aos limites estreitos de sua vida? Ninguém jamais se teria exposto à morte pelo seu país sem uma boa esperança de alcançar a imortalidade. Temístocles poderia ter levado uma vida tranquila (...) e eu poderia ter feito o mesmo. Mas acontece que, de algum modo, foi implantado na mente dos homens um pressentimento profundamente arraigado sobre as eras futuras, e tal sentimento torna-se mais forte e mais patente nos homens dotados de gênio e espírito mais elevado. Retire-se tal sentimento, e quem seria louco de passar a vida em constante perigo e labuta? Até aqui falei de estadistas, mas e os poetas? Não possuem eles algum desejo de fama após a morte? (...) Mas porquê parar nos poetas? Os artistas anseiam tornar-se famosos após a morte. Ou então por que Fídias inseriu uma silhueta sua no escudo de Minerva, embora não lhe tenham permitido inscrever o seu nome nele? E os filósofos? Não inscrevem eles os seus próprios nomes nos livros que escrevem sobre o desprezo da fama?”

Marco Cícero

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADcero

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