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segunda-feira, 15 de julho de 2019

O Vale da Promissão

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Guido Lang

O Vale do Rio dos Sinos (“Vale do Sapateiro”), em 25/07/1824, começou a tornar-se a “terra prometida”, para um conjunto de forasteiros europeus. Estes, em meio ao embalo das águas de um curso pluvial – com alguma semelhança com o tradicional Rio Reno, iam chegando nessas plagas. As canoas, caíques, lanchões foram sucessivamente trazendo uma massa de aventureiros, que foram abrindo picadas, derrubando matos, semeando sementes... nesta exuberante e promissora terra. Um insistente e permanente trabalho, sem trégua de sol a sol, possibilitou a produção de abundância de bens. O sucesso produtivo permitiu a introdução de um novo modelo de geração de riquezas. A agricultura minifundiária de subsistência viu-se implantada em terras sulinas, quando a labuta braçal e familiar passou a ser encarada como uma questão de dignidade e orgulho. “O Vale da Fartura” (“Vale do Sapateiro”), deitado séculos em berço esplêndido, conheceu uma revolução, quando banhados, campos e matas viram-se tomados por lavouras, pomares e potreiros. As principiantes localidades tiveram uma sociedade colonial, no qual pipocavam cemitérios, escolas e igrejas. As chaminés, de toda ordem, não tardavam a nascer nos diversos cantos e recantos, quando não faltavam atafonas, curtumes, ferrarias, moinhos, selarias, serrarias... Estes, em anos e gerações sucessivas de trabalho, lançaram os esteios para um grandioso parque industrial. Um monumento de labuta, belo e sólido, tornou-se um modelo para gerações, que perenemente processaram a continuidade na criatividade e inovação de uma gama de artigos-produtos. Cabe-nos, como herdeiros e sucessores dos pioneiros, continuar a grandiosa obra que manterá este solo continuamente abençoado.

Guido Lang – Escritor, historiador e professor
Fonte: Revista Vitrini (Campo Bom/RS), número 32, julho de 1997, página 24.

Crédito da imagem: http://expansaors.com.br

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