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sexta-feira, 22 de maio de 2015

A implacável seleção


O pinto, no acaso do percurso, nasceu na anomalia. A perna direita, na deficiência, cresceu deveras maior. A diferença, no todo dos análogos da criação, saltou no dó e zelo dos alheios olhares. A natureza, na aptidão da espécie, embutira acidental aflição e artifício.
A genitora, no impulso do amparo ao azarento, induziu especial atenção e cuidado. A aberração, no ciscação e locomoção, caía no desafio da sobrevivência. A proximidade, nas circulações e passeios, incidia nas adjacências da mãe. A isca angariada caía na agilidade.
O criador, no contíguo do plantel, vigiou o desenlace da história. O trato exclusivo, em ocasião de separação, acontecia no conjunto. O crescimento advinha na demora e desafio. O habitat, na dúvida, ocorria nos contornos dos abrigos. Abusos, em picadas, caíam dos iguais.
Os tempos permitiram medíocre acréscimo. Os inimigos, na falha da prática, ficaram na espreita. O casual cochilo, nos desígnios da cadeia alimentar, induziu ao implacável. O cadáver, no alento alheio, serviu de sustento. A seleção exteriorizou o real exercício e sina.
A animália, no conjunto da essência, presentem o papel natural. Os anêmicos servem de sustento aos potentes. Os astutos, na agilidade da vivência, auferem certa sobrevida. O elo, entre passado e futuro, subsiste na conexão do presente. A fome carece de salvar os mortiços.
A natureza, no ambiente familiar, carece de anistiar aberrações e anomalias. O modelo animal, no exercício das espécies, serve de aviso e reflexão.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.vejaportugal.pt/

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